segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Estação Espacial Soviética Salyut

Salyut 1
Salyut 2, 3 & 5


Salyut 4


Salyut 6



Salyut 7


O programa Salyut (em russo: Салют, saudações) se constitui de uma série de estações espaciais lançadas pela União Soviética nos anos 70. Os Salyuts eram todos relativamente simples consistindo de um único módulo principal colocado em órbita em um único lançamento. Este programa foi designado originalmente como DOS 7-K, com cada estação Salyut recebendo uma designação.

Salyut 1

Salyut 1 (DOS 1) foi a primeira estação espacial Salyut, e a primeira estação espacial feita pelo homem. Foi lançada em 19 de Abril de 1971. Sua primeira tripulação foi lançada na Soyuz 10, mas não foi capaz de embarcar devido a uma falha no mecanismo de aterrisagem; sua segunda tripulação foi lançada na Soyuz 11 e ficou à bordo por 23 dias produtivos. Infelizmente, um válvula equalizadora de pressão da Soyuz 11 abriu prematuramente na reentrada, matando todos os três integrantes da tripulação. A Salyut 1 reentrou na atmosfera terrestre em 11 de Outubro de 1971.No lançamento, o propósito anunciado da Salyut era de testar os elementos do sistema de uma estação espacial e conduzir experimentos e pesquisas científicos. A nave foi descrita como tendo 20 m de comprimento, 4 m de diâmetro máximo, e 99 m³ de espaço interior com uma massa em órbita de 18 425 kg. De seus compartimentos, três eram pressurizados (100 m³ total), e dois poderiam ser ocupados pela tripulação. O primeiro, ou transferência, foi conectado diretamente com a Soyuz 11. Seu cone de aterrisagem tinha um diâmetro de 2 m na frente e um diâmetro de 3 m na parte posterir. O segundo compartimento , ou principal, tinha cerca de 4 m de diâmetro. As transmissões televisionadas mostram espaço o suficiente para oito grandes cadeiras (sete nos consoles de trabalho), vários painéis de controle, e 20 vigias (alguns desobstruidos por instrumentos). O terceiro compartimento pressurizado continha os equipamentos de controle e comunicações, a fonte de energia, o sistema de suporte de vida, e outros equipamentos auxiliares. O quarto, e último, compartimento (despressurizado) tinha cerca de 2 m de diâmetro e continha as instalações do motor e equipamentos de controle associados. A Salyut tinha baterias químicas, suprimentos reserva de água e oxigênio, e sistemas de regeneração. Montados externamentes haviam dois pares de painéis solares que se estendiam como asas dos menores compartimentos a cada fim, os radiadores para controle de calor, e dispositivos de orientação e controle. Depois de 24 horas de aproximação e alinhamento, a Soyuz 10 pousou na Salyut em 23 de Abril e permaneceu aterrisada por 5 horas e 3 minutos. O grupo não se transferiu para a estação espacial. A Soyuz 11 precisou de 3 h e 19 min em 7 de Junho para uma aterrisagem completa. O grupo se transferiu para a Salyut e sua missão foi anunciada como: Verificação e teste da unidades, sistemas onboard, e equipamentos da estação orbital pilotada. testar os métodos e autonomia da orientação e navegação da estação, assim como os sistemas controlando o complexo espacial enquanto se movimenta em órbita. Estudar objetos geologico-geograficos na superfície terrestre, formações atmosféricas, e a cobertura de neve e gelo sobre e Terra. Estudar características físicas, processos, e fenômenos na atmosfera e no espaço exterior em várias áres do espectro da radiação eletromagnética. Conduzir estudos medico-biológicos para determinar as possibilidades de realizar uma série de trabalhos pelos cosmonautas na estação e estudar a influência dos vôos espaciais no organismo humano.Em 29 de Junho, após voar 362 órbitas aterrisada na Salyut, o grupo da Soyuz 11 retornou para a Soyuz 11. A Salyut se moveu para uma órbita superior em Julho e Agosto de 1971 para garantir que não iria acabar prematuramente devido ao decaimento orbital. Em 11 de Outubro, os motores da Salyut foram ativados, pela última vez, para abaixar sua órbita e garantir a queda no Oceano Pacífico. Após 175 dias no espaço, a primeira verdadeira estação espacial morreu. Pravda (26 de Outubro de 1971) disse que os objetivos da Salyut feitos 75 porcento dos casos por meios ópticos, em 20 porcento por meios rádio-técnicos, e uma pequena quantia por meios magneto-métricos, gravitacionais, e outros estudos. Leituras sinópticas foram feitas nas partes visível e invisível do espectro eletromagnético.

Características da Salyut 1 Comprimento - 15.8 m. Diâmetro Máximo - 4.15 m. Volume Habitável - 90 m³. Peso no Lançamento - 18 900 kg. Veículo de Lançamento - Proton (três estágios). Distancia entre painéis solares - cerca de 10 m. Área de painéis solares - 28 m². Número de painéis solares – 4. Transportador de recarga - Salyut tipo-1 Soyuz. Número de portos de aterrizagem – 1. Total de missões tripuladas – 2. Total de missões tripuladas de longa duração – 1.
Salyut 2

A Salyut 2 foi lançada em 3 de Abril de 1973. Ela não era realmente uma integrante do mesmo programa que as outras estações Salyut, sendo um protótipo militar classificado de altamente secreto da estação espacial Almaz. Lhe foi dado a designação Salyut 2 para disfarçar sua verdadeira natureza. Após seu lançamento bem sucedido, em dois dias a Salyut 2 começou a perder pressão e seu controle de vôo falhou; As causa da falha foi uma perfuração na estação quando o estágio superior do foguete de Protons que a colocou em órbita anteriormente explodiu proximamente. A estação espacia Salyut que foi substituida por Almaz, designada DOS 3, foi lançada em 11 de Maio de 1973, três dias antes do lançamento do Skylab. Devido a falhas no controle de vôo enquanto estava fora da torre de comando, a estação disparou seus dispositivos de correção de órbita até ter consumido todo seu combustível. Desde o momento em que a nave espacial estava em órbita e foi registrada pelo radar Oeste, os soviéticos disfarçaram o lançamento como "Cosmos 557" e silenciosamente permitirar que ela reentra-se na atmosfera terrestre e se queima-se uma semana depois. Foi revelado que se tratava de uma estação Salyut apenas muito tempo depois.
Especificações

Comprimento - 14.55 m Diâmetro máximo - 4.15 m Volume Habitável - 90 m³ Peso no lançamento - 18,900 kg Veículo de lançamento - Proton (três estágios) Número de painéis solares - 2 Transportadores de recarga - Soyuz Ferry Número de portos de aterrisagem - 1 Total de missões tripuladas - 0 Total de missões tripuladas de longa duração - 0 Número de motores principais - 2 Impulso do motor principal (cada) - 400 kg
Salyut 3

A Salyut 3 foi lançada em 25 de Junho de 1974. Ela era outra integrate do programa militar Almaz de estações espaciais, esta lançada com sucesso, incluido no programa Salyut para disfarçar seu verdadeiro propósito. Ela atingiu uma altitude entre 219 e 270 km on no lançamento e a altitude órbital final foi entre 268 e 272 km. Salyut 3 tinha uma massa total de cerca de 18 a 19 toneladas. Ela possuia dois painéis solares montados lateralmente no centro da estação e um of the station e um módulo desmontavel para o retorno de informações e materiais. Apenas um dos três grupos conseguiu tripular a estação com sucessos, trazido pela Soyuz 14; A Soyuz 15 tentou trazer um segundo grupo mas falhou na aterrisagem. Apesar de tudo, A Salyut 3 foi um sucesso. Ela testou uma grande variedade de sensores de reconhecimento; em 23 de Setembro de 1974, o módulo descartável da estação foi liberado e reentrou na superfície terreste, tendo sido recuperado pelo soviéticos. Em 24 de Janeiro de 1975 foram conduzidos testes com o canhão 23 mm Nudelmann de aviões (outras fontes afirmam se a metralhadora Nudelmann NR-30 30 mm) com resultados positivos em faixas entre 3000 m e 500 m. Os cosmonautas confirmaram que um satélite alvo no teste. No dia seguinte, a estação foi ordenada para sair de órbita.
Especificações
Comprimento - 14.55 m Diâmetro Máximo - 4.15 m Volume Habitável - 90 m³ Peso no Lançamento - 18 900 kg Veículo de Lançamento - Proton (três-estágios) Número de painéis solares - 2 Carregadores de reabastecimento - Soyuz Ferry Número de portos de aterrisagem - 1 Total de missões tripuladas - 2 Total de missões tripuladas de longa-duração - 1 Número de motores principais - 2 Propulsão do motor principal (cada) - 400 kg
Salyut 4

A Salyut 4 (DOS 4) foi uma estação espacial Salyut lançada em 26 de Dezembro de 1974 em órbita com um apogeu de 355 km, um perigeu de 343 km e uma inclinação orbital de 51.6 graus. Ela era essencialmente uma cópia da DOS 3, e ao contrário desta, foi um sucesso completo. Três grupos tentaram embarcar na Salyut 4 (Soyuz 17 e Soyuz 18 aterrizaram; Soyuz 18a sofreu uma abortagem no lançamento). O segundo grupo se manteve por 63 dias, e uma cápsula Soyuz não tripulada se manteve aterrizada na estação durante três meses, provando a durabilidade do sistema a longo prazo. A Salyut 4 saiu de órbita em 3 de Fevereiro de 1977.
Instrumentação

O instrumento de Raio-X da Salyut 4, muitas vezes chamado de telescópio Filin, consistia de quatro contadores proporcionais de fluxo de gás, três dos quais tinham uma superfície de detecção total de 450 cm² na faixa de energia de 2-10 keV, e um que possuia uma superfície efetiva de 37 cm² para a faixa de 0.2 a 2 keV (32 a 320 aJ). O campo de visão era limitado por um colimador slit para 3° &vezes; 10° FWHM. A instrumentação também incluia sensores ópticos que eram montado no lado externo da estação junto com os detectores de raio-X, uma fonte de alimentação e unidades de medida que estavam no interios da estação. Calibrações baseadas na terra dos detectores eram consideradas junto com uma operação no vôo em três modos: orientação inercial, orientação orbital, e exame. As informações podiam ser coletadas em quatro canais de energia: de 2 a 3.1 keV (320 a 497 aJ), de 3.1 a 5.9 keV (497 a 945 aJ), de 5.9 a 9.6 keV (945 a 1,538 aJ), e de 2 a 9.6 keV (320 a 1,538 aJ) nos maiores detectores. O menor detector tinha níveis descriminatórios ajustados para 0.2 keV (32 aJ), 0.55 keV (88 aJ), e 0.95 keV (152 aJ).
Ciência

Entre outrass, as observações de Sco X-1, Cir X-1, Cyg X-1, e A0620-00 foram publicadas das informações do Filin . Um fluxo altamente variavel de energia entre 0.6 e 0.9 keV (96 e 144 aJ) foi detectado na Sco X-1. Cir X-1 não foi detectada por completo durante a observação de 5 de Julho de 1975, provendo um limite superior na emissão de 3.5e-11 erg.cm-2s-1 (35 fW/m²) na faixa entre 0.2 e 2.0 keV (32 e 320 aJ). Cyg X-1 foi observada em váris ocasiões. Possui um fluxo altamente variável, foram observados os domínios de tempo e energia.
Comprimento - 15.8 m. Diâmetro máximo - 4.15 m. Volume Habitável - 90 m³. Peso no lançamento - 18,900 kg. Veículo de Lançamento - Proton (três estágios). Inclinação orbital - 51.6°. Area de painéis solares - 60 m². Número de painéis solares – 3. Produção de eletricidade - 4 kW. Trasportadores de reabastecimento - Soyuz Ferry. Número de portos de aterrisagem – 1. Total de missões tripuladas – 3. Total de missões não-tripuladas – 1. Total de missões tripuladas de longa duração - 2
Salyut 5

A Salyut 5 foi lançada em 22 de Junho de 1976 do Cosmódromo Baikonur de um foguete Proton 8K82K. Foi a terceira e última estação espacial militar Almaz, incluída no programa Salyut para esconder seu verdadeiro propósito. Seu lançamento e subsequente missão foram ambos completamente bem sucedidos. Os cosmonautas da Soyuz 21 trabalharam na estação de 7 de Julho a 24 de Agosto de 1976. A Soyuz 23 tentou aterrisar em 15 de Outubro, mas não foi capaz de entrar na estação. O grupo da Soyuz 24 trabalhou na estação de 8 de Fevereiro a 25 de Fevereiro de 1977. Estruturalmente similar à Salyut 3, ela possuia uma massa total de aproximadamente 18-19 toneladas. Possuai dois painéis solares montados lateralmente no centro da estação, e um modulo que poderia se soltar da estação para retornar informações e materiais. Este módulo de pesquisa foi ejetado em 26 de Fevereiro de 1977, e recuperado pelos soviéticos. A Salyut 5 reentrou na superfície terresteered em 8 de Agosto de 1977 depois de as suas reservas de combustível terem acabado e a missão planejada Soyuz 25 não ser mais possível.
Especificações

Comprimento - 14.55 m Diâmetro máximo - 4.15 m Volume habitável - 100 m³ Peso no lançamento - 19,000 kg Veículo de Lançamento - Proton (três-estágios) Inclinação Orbital - 51.6° Número de painéis solares - 2 Carregadores de reabastecimento - Soyuz Ferry Número de portos de aterrisagem - 1 Total de missões tripuladas - 3 Total de missões tripuladas de longa duração - 2
Salyut 6

A Salyut 6 foi uma estação espacial soviética lançada em 29 de Setembro de 1977. Apesar de lembrar as estações espaciais Salyut anteriores no projeto geral, ela trazia uma série de avanços revolucionários incluíndo um segundo porto de aterrisagem aonde uma nave espacial de carga Progress poderia aterrisar e reabastecer a estação. Com a Salyut 6, o programa de estações espaciais soviético envolvia estadias de curta-duração e longa-duração.
De 1977 até 1982, a Salyut 6 foi visitada por cinco grupos de longa-duração e onze grupos de curta-duração, incluindo cosmonautas dos países do Pacto de Varsóvia. O primeiro grupo de longa duração quebrou o recorde estabelecido pela Skylab tem tempo em órbita, ficando 96 dias em órbita. A maior estadia de um grupo na Salyut 6 durou 185 dias. A quarta expedição da Salyut 6 instalou um rádio-telescópio de 10 metros entregue por uma nave de carga. Após as operações tripuladas terem sido finalizadas na Salyut 6 em 1981, uma pesada nave não tripulada chamada de TKS e desenvolvida utilizando material restante do programa Almaz que havia sido cancelado aterrisou na estação como um teste dos mecanismos. A Salyut 6 saiu de órbita em 29 de Julho de 1982. A Progress aterrisou automaticamente no porto posterior, e então foi aberta e destravada pelos cosmonautas na estação. A transferência de combustível para a estação foi automática sob supervisão da torre de comando. Um segundo porto de aterrisagem significava que os grupos de longa-duração poderiam receber visitantes. Os grupos visitantes geralmente incluíam cosmonauto-pesquisadores do bloco de países soviéticos ou países simpatizantes à União Soviética. Vladimír Remek da Checoslováquia, o primeiro viajante espacial que não era dos Estados Unidos da América ou da União Soviética, visitou a Salyut 6 em 1978. A estação recebeu 16 grupos de cosmonautas, incluindo seis de longa duração. A mais longa permanência foi de 185 dias. O primeiro grupo de longa-duração ficou por 96 dias, batendo o recorde mundial de 84 dias de sobrevivência no espaço estabalecido em 1974 pelo último grupo da Skylab. A estação hospedou cosmonautas de Hungria, Polônia, Roménia, Cuba, Mongólia, Vietname, e Alemanha Oriental. Doze Progress de carga entregaram mais de 20 toneladas de equipamento, suprimentos e combustível. Uma nave de transporte logística chamada de Cosmos 1267 aterrisou na Salyut 6 em 1982. A nave de transporte logística foi originalmente planejada para o programa Almaz. Cosmos 1267 provou que módulos maiores poderiam aterrisar automaticamente com estações espaciais, um grande passo em direção à estação multimodular Mir e à Estação Espacial Internacional. Salyut 6 teve seis grupos residentes. Em 10 de Dezembro de 1977 o primeiro grupo, Yuri Romanenko e Georgi Grechko, chegou com a Soyuz 26 e se manteve a bordo na Salyut 6 por 96 dias. Em 15 de June de 1978, Vladimir Kovalyonok e Aleksandr Ivanchenkov (Soyuz 29) chegaram na estação e se mantiveram abordo por 140 dias. Vladimir Lyakhov e Valery Ryumin (Soyuz 32) chegaram em 25 de Fevereiro de 1979 e se mantiveram por 175 dias. Em 9 de Abril de 1980, Leonid Popov e Valery Ryumin (Soyuz 35) chegaram para a permanência mais longa na Salyut 6, 185 dias. Uma missão de reparo, composta por Leonid Kizim, Oleg Makarov, e Gennady Strekalov (Soyuz T-3) trabalhou na estação espacial por 12 dias começando em 27 de Novembro de 1980. Em 12 de Março de 1981 o último grupo, formado por Vladimir Kovalyonok e Viktor Savinykh, aterrisou e permaneceu por 75 dias. Durante esta tempo, houve 10 missões visitantes, grupos que vinham para trazer suprimentos e fazer visitas de duração menor com o grupo residente.
Especificações

Comprimento - 15.8 m Diâmetro Máximo - 4.15 m Volume Habitável - 90 m³ Massa no lançamento - 19,824 kg Veículo de lançamento - Proton (três-estágios) Inclinhação Orbital - 51.6° Espaço entre os painéis solares - 17 m Área de painéis solares - 51 m² Número de paineis solares - 3 Eletricidade disponível - 4-5 kW Transportadores de reabastecimento - Soyuz Ferry, Soyuz-T, Progress, TKS Número de portos de aterrisagem - 2 Total de missões tripuladas - 18 Total de missões não tripuladas - 13 Total de missões de longa-duração - 6 Número de motores principais - 2 Propulsão do motor principal (cada) - 300 kg
Salyut 7

A Salyut 7 foi lançada em 19 de Abril de 1982, a última estação espacial do programa Salyut. Era um veículo de substituição para a Salyut 6 e era muito similar em equipamentos e capacidades. Com atrasos no programa Mir foi decidido lançar o veíiculo de back-up como a Salyut 7. Em órbita a estação sofreu uma séria de falhas técnicas apesar de ela ter se beneficiado da capacidade de carga superior do Progress e da nave Soyuz e da experiência dos seus grupos que improvisaram muitas soluções. Em Setembro de 1983 uma linha de combustível se rompeu necessitando de EVAs da Soyuz T-10 para reparo. Ele se manteve em órbita durante quarto anos e dois meses, durantes os quais ela foi visitada por 10 grupos constituindo 6 expedições principais e 4 vôos secundários (incluindo cosmonautas franceses e indianos). Também ocorreram dois vôos da Svetlana Savitskaya fazendo dela a segunda mulher no espaço desde 1963 e a primeira de todas a realizar um EVA. Além dos muitos experimentos e observações feitos na Salyut 7, a estação também testou a aterrisagem e o uso de módulos grandes com uma estação espacial orbitante. Esses módulos foram chamados de "módulos pesados Cosmos" apesar de na verdade eles serem componentes direcionados para a estação espacial militar Almaz, que tinha sido cancelada. Eles ajudaram engenheiros e desenvolver a tecnologia necessária para construir a Mir. A Salyut 7 saiu de órbita em 7 de Fevereiro de 1991.
Ela possuia dois portos de aterrisagem, um em cada extremo da estação, para permitir o estacionamento da nave de reabastecimento Progress, com um porto de entrada frontal maior para permitir mais facilmente a união com o módulo Heavy Cosmos. Ela carragava três painéis solares, dois nas laterais e uma posição longitudinal dorsal, mas agora era possível montar painéis secundários dos seus lados. Internamente, a Salyut 7 carregava fogões elétricos, um refrigerados, água quente constante e lugares resignados no console de comando (semalhantes a bancos de bicicletas). Duas janelas foram desenhadas para permitir a entrada de luz ultravioleta, para matar as infecções. Alêm disso, as seções médicas, biológicas e de exercícios haviam sido melhoradas, para permitir longas estadias na estação. O telescópio BST-1M usado na Salyut 6 foi substituído poar um sistema de detecção de Raio X.
Seguindo o uso do Cosmos 1267 na Salyut 6, os soviéticos lançaram a Cosmos 1443 em 2 de Março de 1983, de um Proton SL-13. Ela acoplou-se com a estação em 10 de Março do mesmo ano, e foi usada pelo grupo da Soyuz T-9. Ela liberou seu módulo ejetável em 23 de Agosto, e reentrou na atmosfera em 19 de Setembro. A Cosmos 1686 foi lançada em 27 de Setembro de 1985, acoplando-se à estação em 2 de Outubro. Ela não carregava um módulo ejetável, e se manteve conectada à estação para ser utilizada pelo grupo da Soyuz T-14. Dez grupo da Soyuz T operaram na Salyut 7. Apenas dois "cosmonautas visitantes" trabalharam na Salyut 7: Um francês, Jean-loup Chretién, através de um acordo entre a URSS e a França, e rakesh sharma, dentro do programa Interkosmos. A Soyuz T-10 foi abortada no lançamento quando a base do veículo começou a incendiar-se. O módulo de descida da Soyuz foi ejetado pelo sistema de salvamento (SAS - em russo) e a tripulação foi recuperada com segurança. A Salyut 7 teve seis grupos residentes. O primeiro grupo, Anatoli Berezovoy e Valentin Lebedev, chegou em 13 de Maio de 1982 na Soyuz T-5 e se manteve por 211 dias até 10 de Dezembro de 1982. Em 27 de Junho de 1983 o grupo de Vladimir Lyakhov e Alexander Alexandrov chegou utilizando a Soyuz T-9 e permaneceu por 150 dias, até 23 de Novembro de 1983. Em 8 de Fevereiro de 1984 Leonid Kizim, Vladimir Solovyev, e Oleg Atkov iniciaram uma estadia de 237 dias, a mais longa na Salyut 7, que terminou em 2 de Outubro de 1984 Kizim , Solovyov e Atkov foram os responsáveis por fazer diversos reparos no sistema de combustível da estação, durante várias atividades fora da nave. Após a saída de Kizim e seus companheiros, a estação sofreu uma pane geral de energia, ficando sem contato com a terra em fins de 1984-princípios de 1985, e em março daquele ano a URSS chegou a declarar que a missão da Salyut 7 "estava encerrada"; Porém, foi decidido que uma equipe de cosmonautas experientes poderia tentar um acoplamento com a estação utilizando-se de equipamentos auiliares (como um telêmetro a laser e que eles poderiam tentar recuperar a salyut, para no mínimo, controlar sua reentrada. Vladimir Dzhanibekov e Viktor Savinykh (Soyuz T-13) chegaram à estação espacial em 6 de Junho de 1985. Eles fizeram a primeira missão de reparo a uma estação espacial dormente, acoplando-se à Salyut sem contar com respostas dos sistemas da estação. Todos os sistemas foram recuperados a contento, e a salyut voltou a funcionar. Em 17 de Setembro de 1985 a Soyuz T-14 se juntou à estação trazendo Vladimir Vasyutin, Alexander Volkov, e Georgi Grechko. Oito dias depois Dzhanibekov e Grechko deixaram a estação e retornaram para a terra após 103 dias na estação, enquanto Savinyikh, Vasyutin, e Volkov permaneceram na Salyut 7 e retornaram para a Terra em 21 de Novembro de 1985 após 65 dias. Em 6 de Maio de 1986, a Soyuz T-15 trazendo Leonid Kizim e Vladimir Soloviyov aterrisou na estação espacial. A Soyuz tinha vindo da estação espacial Mir e retornou para lá após uma estadia de 50 dias na Salyut 7. Houve também quatro missões visitantes, grupos que vieram para trazer suprimentos e fizeram visitas de duração mais curtas do que os grupos residentes.

Especificações

Comprimento - 13,50 m Diâmetro máximo - 4.15 m Volume habitável - 90 m³ Peso no lançamento - 19 824 kg Veículo de lançamento - Proton K (três-estágios) Incinação orbital - 51.6° Envergadura dos painéis solares - 17 m Área de painéis solares - 51 m² Número de painéis solares - 3 Eletricidade disponível - 4.5 kW Carregadores de reabastecimento - Soyuz-T, Progress, TKS Número de portos de acoplamento - 2 Total de missões tripuladas - 12 Total de missões não tripuladas - 15 Total de missões de longa-duração - 6 Número de motores principais - 2 Propulsão dos motores principais (cada) - 2.9 kN

sábado, 15 de agosto de 2009

Primeira Usina Hidroelétrica do Nordeste. Borborema -PB

A velha usina hidrelétrica de Borborema

A Usina Hidrelétrica de Borborema, que foi a primeira usina hidrelétrica do Nordeste a utilizar diretamente a força geradora das águas foi instalada em 1919, graças ao Senhor José Amâncio Ramalho, homem originário do município de Araruna que não mediu esforços para o progresso da vila de Camucá. José Amâncio Ramalho trouxe além desta usina, a ferrovia em 1913 a vila. Esta antiga usina fica no distrito de Boa Vista (Borborema). José Amâncio aproveitou o potencial do Salto da Boa Vista, um desnível natural do rio Canafístula, para gerar a energia elétrica que abastecia Serraria, Borborema, Bananeiras, Vila do Moreno (atual cidade de Solânea) e Pilões. Foi construída por engenheiros alemães, e seu design era avançado para a época, se assemelhando com as usinas hidroelétricas atuais (porém muito menor). O nome da empresa era Codebro.


A primeira usina elétrica brasileira foi instalada em 1883, na cidade de Campos (RJ). Era uma usina termoelétrica. A primeira usina hidrelétrica brasileira foi construída pouco depois no município de Diamantina (MG), aproveitando as águas do Ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha.

Mas a primeira hidrelétrica do Brasil para serviços de utilidade pública foi a do rio Paraibúna, produzia energia para a cidade de Juiz de Fora (MG). Chamava-se Usina de Marmelos.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Soyuz

Soyuz 1

Modelo Soyuz

Soyuz TMA (versão recente)

A Soyuz (em russo Союз, "união") é uma nave espacial soviética com capacidade para três cosmonautas, usada no programa espacial de mesmo nome e em outros programas, e que é usada até hoje pela Rússia. A expressão também pode designar o programa e a família de foguetes Soyuz da URSS (hoje Rússia). A Soyuz é a espaçonave com maior período de uso na história da exploração espacial (o primeiro vôo tripulado foi em 1967). A nave Soyuz tem sua origem no programa com o mesmo nome, desenvolvido pela extinta URSS, durante a corrida espacial pela conquista da Lua. Após a queda do comunismo, a nave passou a servir o programa espacial da Rússia (herdeira da URSS) e acabou sendo usada em parceria com o ex-rival, os EUA, nas operações com a Estação Espacial Internacional (ISS).
A nave Soyuz foi precedida pelas naves Vostok (com capacidade para um cosmonauta) e Voskhod (com capacidade para dois).
Acredita-se que o principal objetivo do desenvolvimento da Soyuz seria levar homens para a Lua, embora a antiga União Soviética não tenha admitido a existência deste plano.
A nave Soyuz adaptada para executar circunavegação da Lua, sem no entanto pousar no solo lunar, foi chamada Zond. A sua principal caraterística, em relação às outras naves consistia na substituição do módulo de reentrada por um módulo com vários instrumentos de medição.
A URSS tentou ao final da década de 1960, sem sucesso, circum-navegar com cosmonautas a Lua antes dos EUA. Tal fato não veio a ocorrer, devido a uma série de problemas com o programa espacial soviético.
Apenas missões Zond não tripuladas, Zond 5 e Zond 6, o fizeram em setembro e novembro de 1968. Após isto, ainda houve as missões não tripuladas Zond 7 e Zond 8 que circum-navegaram a Lua em 1969 e 1970, já após os bem sucedidos vôos tripulados dos EUA para a Lua.Durante o longo período de uso da Soyuz, diversas versões foram desenvolvidas para atender necessidades específicas.
As versões atuais são basicamente três: Soyuz T, Soyuz TM e Soyus TMA. A versão Soyuz T voou pela primeira vez em 1980 e, desde 1986, foi introduzida a versão "TM". Esta versão foi especialmente desenvolvida para enviar as tripulações da estação espacial MIR. As modificações incluem uma série de melhorias no projeto da nave e a introdução de controle de vôo computadorizado. A Soyuz TMA é a versão mais recente. Ela visa atender as necessidades das missões conjuntas EUA-Rússia: permite uma tripulação de altura maior (até 1,80m), possui um cockpit modernizado e um sistema de aterissagem melhorado que utiliza foguetes para amortecer o pouso. É também utilizada como "bote salva-vidas" da Estação Espacial Internacional (ISS).
Existe ainda uma versão não tripulada da Soyuz, chamada Progress, que consiste numa nave para envio de suprimentos, antes usada com a estação espacial MIR, e atualmente com a ISS. A capacidade de carga da Progress é de 2,230 - 3,200 kg.A China, recentemente, enviou seu primeiro taikonauta ao espaço, usando a nave Shenzhou, que é uma versão melhorada da Soyuz.A espaçonave Soyuz é uma nave com capacidade para três cosmonautas em viagens prolongadas (pretendia-se que ela viajasse para a Lua) formada por três compartimentos: módulo de serviço; módulo orbital; e cápsula de reentrada (veja diagrama). No total, considerando todos os módulos, a nave mede cerca de 7,2 m de comprimento, com um diâmetro máximo de 2,7 m e 10,6 m de ponta a ponta dos painéis solares, pesando todo o conjunto, no lançamento, 7,1 ton. Suas dimensões e capacidades são similares à da nave Apollo que foi usada pelos EUA no Projeto Apollo.
Estes módulos da Soyuz podem se separar durante a missão. Este é, particularmente, o caso do módulo de reentrada, usado pelos cosmonautas, como o nome já indica, para a reentrada na atmosfera terrestre.
O módulo de reentrada da Soyuz, diferente do que aconteceu com o Projeto Apollo dos estadunidenses, não foi projetado para pousar na água, mas sim em terra firme. Sua precisão de acerto do ponto de pouso é de 30 km.
Os dispositivos de comunicação e controle, assim como os assentos dos tripulantes, ficam no módulo de reentrada. Os dispositivos de manutenção de vida ficam localizados no módulo orbital. Finalmente, no módulo de serviço localizam-se os motores para manobras, as antenas de comunicação e os painéis solares.
Na extremidade do módulo orbital, a Soyuz possui uma porta para acoplagem (usada para acoplar na MIR e na ISS, por exemplo).
A versão de carga Progress não possui esta construção modular, sendo totalmente inteiriça.
O foguete lançador da Soyuz e da Progress, chamado Soyuz, evoluiu do míssil balístico intercontinental Classe A (R.7 ou "Sputnik"), originalmente desenvolvido por Sergei Korolev. Desde o início dos anos 1960 até hoje, o veículo lançador Soyuz evoluiu em sua capacidade de lançamento, tendo sido desde o início o principal veículo para trabalho com a ISS.O lançador Soyuz possui três estágios com um comprimento que vai de 44,3 m até 46,28 m, dependendo da configuração usada, e 10,5 m de diâmetro máximo. A combustão é obtida usado uma mistura de querosene e oxigênio líquido. O foguete pesa 308 ton quando totalmente cheio de combustível. O foguete é equipado com 6 motores com 4 câmaras de combustão cada, sendo 4 motores no primeiro estágio, 1 no segundo e mais 1 no terceiro.
Para uma tão bem sucedida espaçonave, não se esperaria um início tão problemático como o da Soyuz. Sua primeira missão tripulada ocorreu em 23 de abril de 1967, tendo a bordo um único cosmonauta, Vladimir Komarov. Esta missão foi chamada Soyuz 1.
Foi planejado que a Soyuz 1 fizesse um rendez-vous (encontro em órbita) com a Soyuz 2, que seria lançada no dia seguinte, e dois cosmonautas da Soyuz 2 passassem para a Soyuz 1 após um "passeio no espaço".
Devido a uma série de problemas técnicos, nada disto se realizou, e a planejada Soyuz 2 nem decolou. No final, a missão resultou na morte de Komarov na reentrada, pois seu pára-quedas não abriu e a nave se espedaçou contra o solo.
Este acidente atrasou o programa Soyuz por 18 meses. Neste período foram tentados lançamentos não tripulados para verificar a confiabilidade do equipamento.
As missões tripuladas foram retomadas em 26 de outubro de 1968, com o lançamento da Soyuz 3. No entanto, o programa espacial soviético já estava bastante atrasado, e não tinha mais condições de alcançar o programa espacial dos EUA. O cosmonauta desta missão era Georgi Beregovoi, e sua missão era acoplar com uma Soyuz não tripulada (que recebeu o nome de Soyuz 2). No entanto, por falha humana, a acoplagem não foi bem sucedida.O primeiro acoplamento do programa espacial soviético só ocorreria com a Soyuz 4 - Soyuz 5, em janeiro de 1969. Nesta missão ocorreu a primeira transferência de tripulação da história da exploração espacial, onde dois cosmonautas da Soyuz 5, Yevgeny Khrunov e Aleksei Yeliseyev, trocaram de nave ("caminhando pelo espaço") e foram para a Soyuz 4, onde já estava o cosmonauta Vladimir Shatalov. Permaneceu na Soyuz 5 o cosmonauta Boris Volynov que acabou patrocinando a mais estranha reeentrada da história espacial, pois teve problemas para desacoplar o módulo de serviço na reentrada e a nave reentrou na atmosfera em uma posição não convencional. Também devido a problemas no sistema de foguetes de pouso, a descida foi mais dura que o normal e Volynov quebrou um dente na colisão com o solo.
Na década de 1960 ainda ocorreu a missão conjunta Soyuz 6, Soyuz 7 e Soyuz 8. A Soyuz 6 tirou fotos da tentativa de acoplamento das Soyuz 7 e Soyuz 8. O acoplamento falhou devido a um problema na eletrônica de rendez-vous das três naves.
A última missão Soyuz foi a Soyuz 9 em 1970.
O uso da nave Soyuz prosseguiu durante os anos 1970 e 1980, em um consistente conjunto de missões com objetivo de testar a capacidade humana em permanecer no espaço por longos períodos (projetos Salyut e Almaz). Este projeto culminaria com as missões Soyuz relacionadas com a estação espacial MIR. A primeira delas foi a Soyuz T-15, em março de 1986.
Também devemos lembrar a missão Soyuz 19 que acoplou com a Apollo 18 da Nasa (agência espacial dos EUA) em 1975.Finalmente, nos dias de hoje a Soyuz é a única nave espacial que serve a Estação Espacial Internacional, tanto levando astronautas, quanto mantimentos (usando uma nave Progress).

Soyuz T

Soyuz-T foi a segunda geração de espaçonaves russas Soyuz, em operação entre 1976 e 1986.
A nave, que levou ao espaço as tripulações das missões Soyuz T-2 a Soyuz T-15, era uma versão avançada da primeira nave construída para integrar o projeto conjunto Apollo-Soyuz, programa soviético-americano científico e político, que propiciou em 1975 o primeiro encontro no espaço entre astronautas e cosmonautas das duas nações.
A Soyuz T foi a primeira nave que incorporou painéis solares à sua estrutura, permitindo missões mais longas no espaço, um novo sistema eletrônico de acoplagem e um novo sistema de transmissão no módulo de serviço. Ela podia transportar três cosmonautas, com espaço para que pudessem usar trajes espaciais pressurizados.

Soyuz TM
Soyuz TM é a terceira geração de espaçonaves do programa espacial russo Soyuz, operacional ente 1986 e 2003, usado para o transporte de cosmonautas entre a Terra e as estações orbitais Mir e ISS.
Ela acrescentou ao modelo anterior Soyuz T um novo sistema de acoplagem, radiocomunicações, saída de emergência e integração eletrônica entre o pára-quedas e a nave, durante a descida na atmosfera.
O novo sistema de acoplagem no espaço chamado Kurz, permitiu às Soyuz TM manobrarem independentemente da Estação, sem a necessidade de controle e orientação de navegação feitos anteriormente pelas tripulações a bordo da Mir e da ISS.

Soyuz TMA

Soyuz TMA é a mais moderna versão das naves Soyuz, usada para vôos tripulados entre a Terra e a Estação Espacial Internacional, em operação desde 2003.
A nave tem várias modificações internas em relação ao modelo Soyuz-TM, de maneira a atender aos pedidos feitos pela NASA para entrar em serviço na ISS, incluindo uma maior latitude em espaço e capacidade de peso de tripulação e um sistema mais moderno de funcionamento dos pára-quedas.
Apesar de idêntica externamente ao modelo anterior, ela tem um interior mais espaçoso, com assentos melhor desenhados e ajustáveis, e um cockpit de vidro.
A nave Soyuz consiste de três partes:
Um módulo orbital esférico Um pequeno e aerodinâmico módulo de reentrada Um módulo de serviço cilíndrico, com painéis solares acoplados. As duas primeiras partes são o espaço habitável da aeronave, de espaço interno para locomoção maior do que as antigas naves Apollo. Ela transporta até três cosmonautas com condições de sobrevivência por até trinta dias. Os sistemas vitais de suporte à vida da nave produzem uma atmosfera de oxigênio e nitrogênio com pressurização igual ao nível do mar terrestre. A atmosfera interna é regenerada constantemente através de cilindros que absorvem a maioria do gás carbônico e da água produzida pela tripulação e os transforma em oxigênio.
Durante o lançamento, a nave é protegida por um nariz falso que é expelido assim que ela ultrapassa a atmosfera e tem um sistema de acoplagem com a ISS inteiramente automático. Ela pode ser operada por controle remoto desde a Terra ou de maneira independente pela tripulação.

Módulo orbital

A parte frontal da espaçonave é o módulo orbital, uma esfera também conhecida como o habitat do veículo. Nele estão instalados todos os equipamentos que não são necessários para a reentrada terrestre, como os experimentos científicos, equipamentos de comunicação, câmeras, carga e é comumente usado como local de refeições, lavatório e toilete. Nas últimas versões da Soyuz como a TMA, foi introduzida uma pequena janela, de maneira que a tripulação possa ter uma visão de frente do espaço.
Uma escotilha entre ele e o módulo de descida logo a seguir, pode ser fechada de maneira a isolá-la e criar uma câmera independente caso seja necessário numa emergência, com os cosmonautas podendo deixar o módulo por uma abertura lateral, a mesma que usam para embarcar na nave na plataforma de lançamento.

Módulo de reentrada

Este módulo é a seção do meio da nave completa e é a usada para acomodação da tripulação durante o lançamento e a volta a Terra. Possui uma cobertura resistente ao calor, para proteger o interior da abrasão causada na reentrada da atmosfera. Ele tem sua velocidade diminuída numa primeira fase pela própria atmosfera, depois por um pequeno pára-quedas de serviço e finalmente pelos grandes pára-quedas principais. Quando o módulo se encontra há alguns poucos metros do chão, um pequeno retrofoguete instalado atrás do escudo de calor é acionado automaticamente, suavizando ainda mais o contato com a superfície.
Um dos principais requisitos dos planejadores do módulo é que ele tivesse a maior eficiência volumétrica possível volume interno dividido pelo volume total do módulo. A melhor maneira de conseguir isto era construindo uma esfera, mas este tipo de forma não produz nenhuma elevação na superfície, o que resulta em reentradas puramente balísticas - em que se conta apenas com a resistência da atmosfera para diminuir a velocidade de reentrada. Este tipo de trajetória de reentrada é extremamente dura para os cosmonautas, devido à grande desaceleração que ela provoca e não pode ser controlada depois da queima inicial na saída da órbita e entrada na atmosfera.
Por este motivo a Soyuz possui um formato esférico com uma seção ligeiramente cônica em sua parte da frente. Este desenho permite à nave alguma elevação no formato liso de sua superfície, facilitando os comandos na reentrada e formando um escudo protetor clássico.

Módulo de serviço

A parte traseira e terceira seção da Soyuz é o módulo de serviço. Nele há uma espécie de container pressurizado, que contém os sistemas eletrônicos para controle de temperatura, gerador de energia elétrica, comunicações de rádio de longo alcance, radio telemetria e instrumentos de orientação e controle da nave.
Outra parte deste módulo, a última e não-pressurizada, carrega o motor da nave e os sistemas de propulsão e combustível, que proporcionam a capacidade de manobra em órbita e o empuxo para o início da descida de volta a Terra. Em seu lado externo, se encontram as antenas e os sensores de comunicação e orientação, além dos painéis solares, que se orientam pelo Sol para girar a nave no espaço.

Medidas

A nave completa em seus três estágios possui 7,48m de altura e 2,72m de diâmetro.

Apollo 17

Insigena

Harrison Schimitt, Eugene Cernan & Ronald Evans

A rocha Splitt e Schmitt

Nas vastidões lunares


Modulo lunar Challenger e o Jeep Rover.

A Apollo 17 foi a sexta e última missão tripulada do Projeto Apollo à Lua, realizada em dezembro de 1972. Foi a única missão que contou com um geólogo profissional em sua tripulação, a missão que mais tempo permaneceu na superfície lunar, o primeiro lançamento noturno de uma missão tripulada norte-americana e a última viagem espacial tripulada realizada por qualquer país para além da órbita terrestre.
O Fim do Começo

Apesar da cortina estar se fechando sobre o Programa Apollo, o ato final foi espetacular. A área de pouso do Módulo Lunar Challenger, num bonito vale cercado de montanhas no limite do Mar da Serenidade, prometia ser um paraíso geológico. Em fotografias tiradas antes da missão, a área escolhida para o pouso, Taurus-Littrow, estava coalhada de pedras roladas das montanhas em volta, e no vale no centro destas montanhas podiam ser vistas inúmeras crateras escuras, provavelmente produzidas por material vulcânico.Para explorar esta preciosidade geológica, a direção de vôo tinha escolhido uma tripulação de dois homens com, talvez, a mais ampla gama de capacidades de todas as tripulações da Apollo. O comandante Eugene Cernan era um veterano de duas missões anteriores, tendo voado na Gemini IX e na Apollo 10. Era o único comandante que já havia pilotado o Módulo Lunar no espaço e havia poucos, no corpo de astronautas, que conheciam a espaçonave tão profundamente. E o seu co-piloto e piloto do ML Challenger, Harrison "Jack" Schmitt, não apenas conhecia o módulo profundamente, mas também era um geólogo profissional, que havia sido um ativo participante no planejamento das primeiras missões Apollo. Se a região lunar de Taurus-Littrow era um paraíso geológico, então Harrison Schmitt era o geólogo.
A montagem do ALSEP

Após o pouso perfeito, Cernan e Schmitt começaram seu trabalho na superfície, descarregando e montando o jipe lunar e depois os experimentos do ALSEP - sigla que denominava o conjunto de material e experimentos tecnológicos que acompanhava cada missão. Muitos destes experimentos eram exclusivos da Apollo 17 e de vários deles se esperava que transmitissem informações da estrutura geológica ao redor do vale de Taurus-Littrow. Os experimentos que já haviam sido usados em missões anteriores, incluíam o experimento de circulação de calor, um detector de raios cósmicos semelhante ao usado na Apollo 16 e um tubo de núcleo como aqueles perfurados nas Apollos 15 e 16.Os novos experimentos levados incluíam um instrumento para determinar a composição da fina atmosfera lunar, um invento para detectar meteoritos e um gravímetro de longa duração, feito com a intenção de que fosse um detector de ondas gravitacionais.
Eugene, o lanterneiro

Em algumas das missões anteriores, os astronautas passaram um tempo na cabine do Módulo Lunar, entre as atividades extra-veiculares, fazendo pequenos reparos em equipamentos quebrados. Charles Conrad e Alan Bean, da Apollo 12 consertaram uma escala quebrada e David Scott e James Irwin, da Apollo 15, usaram fita adesiva para prender uma antena quebrada do equipamento de emergência. E, é claro, a tripulação da Apollo 13 usou fita isolante, papelão e tubos para que as caixas de metal de hidróxido de lítio do Módulo de Comando, pudessem funcionar na batalha contra a elevação do nível de dióxido de carbono na nave, na sua célebre viagem quase catastrófica.Durante o período de descanso após a primeira AEV (Atividade Extra-Veicular, o período que os astronautas passavam fora do módulo, na superficie lunar) da Apollo 17, Eugene Cernan praticou a arte da lanternagem, usando fita adesiva e mapas de reserva, para substituir um pára-lama perdido durante o começo da primeira excursão lunar.O que aconteceu é que, enquanto Cernan carregava equipamento no jipe, no início da AEV, ele acidentalmente prendeu seu martelo sob o pára-lama traseiro direito do jipe e o arrancou fora. Ele então prendeu o pára-lama com fita adesiva de volta no lugar, com alguma dificuldade por causa da poeira que cobria tudo e impedia uma boa colagem. Mas apesar dos melhores esforços, durante o retorno da parada geológica ao ML, a fita soltou e o pára-lama se perdeu. A tripulação da Apollo 16 perdeu um pára-lama quase do mesmo jeito e, interessado em evitar problemas como superaquecimento de baterias e trincos travados no jipe lunar, Cernan queria moldar um novo pára-lamas em substituição. Enquanto eles dormiam, membros da equipe de apoio no Centro Espacial Johnson, em Houston, descobriram como fazer um pára-lama substituto e como prendê-lo ao jipe lunar e John Young, comandante da Apollo 16, vestiu uma roupa espacial para testá-lo. Pela manhã, Young e Cernan conversaram sobre como fazê-lo e o conserto foi um sucesso.O primeiro passeio lunar foi um pouco frustante para o geólogo-astronauta Schmitt, porque graças ao defeito do jipe eles puderam coletar muito pouco material do solo lunar.
O Buraco-na-Parede

No segundo dia na Lua, para iniciar os trabalhos, Cernan e Schmitt dirigiram seis quilômetros para oeste, a um lugar chamado Buraco-na-Parede - porque, visto e fotografado do espaço, que era a referência para denominação de todos os acidentes geográficos lunares pela NASA, ele parecia, obviamente, com um buraco numa parede - na base da escarpa de montanhas. Nas fotografias tiradas em órbita pela Módulo de Comando da Apollo 15, ele parecia ser um lugar por onde seria possível subir os oitenta metros até topo da escarpa, sem forçar as capacidades do jipe lunar. Do módulo Challenger, durante o descanso, Cernan e Schmitt podiam ver uma parte do Buraco-na-Parede no horizonte, além da borda da cratera chamada Camelot. Ele estava, como Cernan o descreveu, a uma pequena distância em direção ao sul. A superfície era suave e apesar de estarem dirigindo boa parte em uma encosta da montanha, não precisaram de muito esforço para subir. Uma vez no topo, eles dirigiram mais um quilômetro até os pés do Maciço Sul das montanhas e lá passaram uma hora coletando amostras de pedras soltas , roladas do alto.Apesar de terem gasto a maioria de seu tempo de trabalho num aclive bastante íngreme e precisar vigiar onde pisavam, eles acharam o aclive muito pouco desconfortável, assim como a tripulação da Apollo 16. Os dois astronautas conseguiam se movimentar com relativa facilidade dentro de suas roupas pressurizadas e usavam suas ferramentas de mão como bengalas para se levantarem do chão, após se abaixarem para ver mais de perto alguma pedra no solo.A primeira parada da dupla para coleta geológica foi tranquila, e por isso o Controle de Vôo em Houston decidiu alongar a estada deles, até o máximo permitido por uma volta a pé forçada, por causa do estoque de oxigênio. Com a experiência feita pela tripulação da Apollo 14 como guia, a NASA havia feito uma estimativa conservadora de que, na ocorrência de uma quebra do jipe, os astronautas poderiam manter uma média de velocidade a pé no retorno de 2.7 km/h. Mantendo uma margem de reserva – mas sem margem para a capacidade de estoque do Sistema de Purificação de Oxigênio – a estimativa de uma velocidade média de retorno de 2.7 km/h significava que Cernan e Schmitt teriam que deixar este local no máximo após tres horas e meia de AEV.
A jornada lunar continua

Continuando o passeio, a tripulação coletava amostras sem precisar descer do jipe, nem retirar o cinto de segurança, usando uma pá de cabo longo para apanhar as pedras mais vistosas do solo. O tempo nestas excursões lunares sempre era muito controlado. Enquanto Schmitt coletava amostras, Cernan aproveitava para tirar fotos, com a nova lente de 500 mm fabricada para a NASA.A maneira como os astronautas subiam de novo no jipe lunar, após descer para observar e coletar amostras, ou tirar fotografias, era interessante: para fazer isso, eles ficavam em pé ao lado do veículo, perto de seus assentos e olhando para frente. Pulavam para os assentos e se tivessem sorte, com a ajuda da baixa gravidade, caíam sentados na posição certa; numa das vezes entretanto, Cernan errou o pulo e caiu sentado no chão.A próxima parada da dupla estava planejada para a borda de uma pequena cratera, algumas centenas de metros ao norte do Buraco-na-Parede, na base da escarpa da montanha. Os dois tiveram uma viagem algo selvagem descendo a ladeira e, quando saíram dela, Cernan pediu uma homologação de recorde de velocidade lunar, de 18 km/h. Apesar da seu pedido não poder ser auditado por fonte independente, não há dúvidas de que ele estava andando rapidamente e ainda teve que manobrar para evitar uma rodada na descida da encosta.A ferramenta favorita de Schmitt era uma pá com a qual ele podia ser mais seletivo na coleta e também podia ser usada para cavar pequenas valetas. Durante a missão, ele trabalhou com uma técnica de descansar a ponta da pá no chão e descer seus dedos pela haste do cabo o suficiente para que o ato de despejar a rocha coletada dentro do saco se tornasse algo mais fácil; mas mesmo assim, a coleta de solo provou ser uma incumbência mais desagradável do que havia sido para outros astronautas, que usavam equipamentos com cabos longos e pinças, como ferramentas de suas coletas. Num certo momento, ele levou um tombo espetacular, caindo girando até ficar com mãos e joelhos no chão, e quando se levantou teve que esperar alguns minutos para se certificar que sua câmera não tinha quebrado. Felizmente, câmera e lentes estavam incólumes e Cernan chegou com um par de pinças para ajudar Schmitt a apanhar o material espalhado.
Solo laranja na Lua

Trinta e sete minutos após terem parado, Eugene Cernan e Harrison Schmitt estavam em movimento novamente. O próximo alvo era uma cratera chamada Shorty e todos tinham grandes esperanças de que fossem encontrado algo geologicamente não usual. Vista da órbita, a Shorty parecia ser sinistra e diferente. Ela se localiza após a extremidade do terreno desabado da montanha e é muito mais escura que a região em torno. Como era típico durante as paradas geológicas da Apollo 17, quando Cernan estacionava o jipe lunar, Schmitt pulava para fora e dava uma rápida olhada em volta, enquanto Cernan cuidava do empoeiramento no jipe e outros "afazeres domésticos". Eles estavam parados perto de uma grande pedra quebrada e Schmitt saiu primeiro para olhar e depois levar uma tina de coleta. Estando um pouco envergonhado da experiência do primeiro tombo lunar de um astronauta, ele não começou a coleta até que Cernan estivesse pronto para ajudá-lo. Tendo visto de perto a grande pedra arredondada e quebrada a sua frente, ele retornou para apanhar a tina e começar a apanhar amostras, quando imediatamente notou que havia algo muito incomum no solo que havia mexido com seus pés e parou por uma fração de segundos. Na parada na escarpa da montanha, ele havia visto pontos coloridos no solo, os quais, após um momento de considerações, mostraram ser pontos de luz do Sol, refletidos pela chapa dourada na frente no jipe. E ali na cratera Shorty, a tripulação da Apolo 17 havia achado solo cor de laranja na Lua.
Como eles podiam andar tres vezes mais rápido do que a velocidade de uma caminhada a pé presumida pelos planejadores da AEV, quando Cernan e Schmitt se dirigiam de jipe em direção do ML Challenger, o tempo necessário para a caminhada a pé deixou de ser uma consideração importante. Após andarem uma parte do caminho de volta, deram uma breve parada para montar uma carga sísmica, fazer uma rápida coleta e continuaram em direção à borda sul da Cratera Camelot, um grande objeto de impacto um quilômetro a oeste do ML.Por cerca de vinte minutos, Cernan e Schmitt trabalharam num quadrante limitado de um campo de rochas na Camelot, conscientes do potencial de tropeçarem em algo. Coletaram amostras de rocha, amostras de solo jogados sobre as rochas por impactos próximos e compararam amostras de solo escavado entre as rochas. Trabalharam rápida e eficientemente e satisfeitos com eles próprios por um dia de trabalho bem feito, pulavam e cantavam enquanto faziam seu caminho de volta até o jipe lunar e depois, para o ML.
O último passeio da Missão Apollo na Lua

Os planos para o terceiro e último dia eram tão desafiadores quanto os do Dia 2 e o trabalho acabou sendo igualmente recompensador. Saindo do Módulo Lunar, Cernan e Schmitt se dirigiram cerca de tres quilômetros ao norte, à base do 'Maciço Norte' e lá cruzaram 400 m de encosta para o nordeste, em direção a uma grande rocha dividida, que havia sido vista nas fotografias de Apollo 15. Na verdade, um certo número de rochas havia sido selecionadas nas fotos antes da missão e a rocha dividida, em particular, parecia ter traços em comum. Após o pouso, Schmitt pôde escolher rochas e trilhas no 'Maciço Norte' e agora, a medida que se aproximavam da montanha, se tornava evidente que as trilhas no solo vistas nas fotos, como aquelas que eles tinham visto no dia anterior no 'Maciço Sul', consistiam em cadeias de depressões parecidas com crateras, esculpidas pelas rochas quando elas balançavam, tombavam e escorregavam pela montanha abaixo. A rocha dividida se assentava exatamente abaixo de uma falha considerável na encosta e, evidentemente, tinha caído, batido no solo com força considerável, quebrado e escorregado alguns metros até parar. Observando em detalhe, ela havia se quebrado em cinco pedaços, tendo o maior deles de seis a dez metros num dos lados.Apesar do lado da montanha ser consideravelmente íngreme acima da pedra, quando Cernan estacionou o jipe, ele e Schmitt descobriram que seu trabalho seria bem desafiador. Eles pouco tinham notado os detalhes da escarpa quando se dirigiam à rocha partida; mas quando pularam do jipe lunar, tiveram que se inclinar para frente a fim de ficarem em pé na ladeira. Nos lugares em volta da pedra, eles podiam se empertigar no sulco que ela havia cavado, mas na maior parte da hora que passaram ali, precisaram lutar contra a inclinação da montanha. Foi graças a confiança que havia sido conquistada com os trabalhos anteriores em ladeiras e encostas das Apollo 15 e 16 – além dos dois primeiros dias de sua própria missão – que, enquanto eles riam e faziam piadas sobre a ladeira, não mostraram nenhuma hesitação em completar o trabalho.Após a missão, apenas Cernan teve algum pesar com seu trabalho no penúltimo local de coleta; ele estava triste de não ter tido tempo de escrever o nome de sua filha na saliência superior coberta de poeira da rocha. Ele coletou uma amostra da poeira e o ponto pode ser visto numa famosa fotografia tirada por Schmitt, com o vale visível ao fundo. Alan Bean, que se tornou pintor após ter ido a lua na Apollo 12, depois corrigiu a falha de Cernan pintando a cena e colocando o nome de Tracy , a filha de Cernan, no lugar. Para aqueles que conhecem a história, a rocha partida do penúltimo ponto de coleta na Lua se tornou conhecida como a Pedra de Tracy.Se a subida até a pedra havia sido extenuante – e é importante dizer que apesar do esforço nenhum deles teve batimentos cardíacos superiores a 130 por minuto – a descida não deixou de ser divertida. Após terminar sua coleta sob a Pedra de Tracy, Cernan voltou em direção ao jipe pulando muito rápido. Quando ele se aproximava vindo pela trilha da pedra, colocou muito peso sobre seu pé direito e levou um tombo espetacular. Como o solo era macio, sem pedras protuberantes no chão e como'Cernan estava em descida, a queda pareceu ser pior do que realmente foi. Na verdade, caiu devagar o bastante, graças à baixa gravidade, para manter algum controle e aterrissou em cima das mãos e dos joelhos, evitando bater sua câmera no chão. Era o segundo tombo de um astronauta na Lua.Neste momento, os astronautas já estavam fora do ML por cerca de cinco horas. Eles tinham estado trabalhando duro o dia inteiro, andando em terreno áspero e rugoso em volta das escarpas. Apesar do controle de Houston ficar insistindo que eles deviam partir imediatamente, Cernan e Schmitt decidiram ficar por mais alguns minutos, de maneira que pudessem acabar a valeta, tirar algumas fotografias e ensacar algumas amostras. Trabalharam rápida e eficientemente. Houston não os interrompeu.
O encerramento dos trabalhos na Lua

Nenhuma das missões Apollo podia ser mais do que uma rápida viagem de reconhecimento a uma área de pouso em particular, em virtude da contenção de custos de todo o Projeto Apollo. O prazo final dado em 1962 pelo Presidente John Kennedy para um pouso lunar - fim da década de 60 - havia forçado a NASA a desenvolver o mais simples hardware capaz de completar uma missão de pouso e é um crédito às equipes de construtores que, na época destas missões, as tripulações pudessem passar três dias na Lua e tivessem o jipe lunar para ampliar seu alcance na superfície. Não havia mais nenhuma esperança de fazer algo, além de arranhar a superfície lunar e produzir um esboço da história geológica da Lua.Pelo fim da Apollo 17, havia amostras suficientes de lava das regiões montanhosas, para que os geólogos estivessem confiantes de terem entendido como as grandes bacias lunares, como o Mar da Serenidade, haviam sido criadas pelos impactos de meteoros, como as montanhas tinham se erguido e como o 'mare' (de lava, resfriada por milhões de anos na superfície lunar, havia se formado pelos jorros de lava que vertiam de tempos em tempos do interior do satélite. E havia detalhes intrigantes, os quais, se não foram completamente explicados, pareciam ser consistentes com os temas gerais. Se, por exemplo, alguns geólogos se desapontaram com o fato de não terem encontrado evidências de vulcanismo em qualquer das áreas de pouso das Apollo, a descoberta dos solos negro e alaranjado na cratera Shorty – combinado com o subsequente mapeamento feito em órbita por Schmitt, de regiões similares por todos os lugares em volta das bordas do Mar da Serenidade – tornou fácil para os geólogos descreverem a fase de formação do 'mare' na evolução lunar.Eugene Cernan gostava de descrever a Apollo 17 como 'o fim do começo' e, certamente, de uma perspectiva científica, a Apollo foi um começo maravilhoso.Como estavam capacitados pelas experiências das missões anteriores, Cernan e Schmitt ficaram com todos os recordes de tempo gasto na superfície, distância percorrida, números de amostras coletadas e quantidade de fotografias tiradas; as experiências anteriores lhes deram confiança em suas habilidades para fazer um trabalho bem feito. Como as outras tripulações, eles aprenderam rapidamente como tirar proveito das condições do ambiente lunar. Então, apesar do fato que equipamentos e procedimentos mais eficazes ainda serão produzidos no futuro para tornar possível a condução de operações lunares de maneira mais efetiva, há muito o que ainda pode ser aprendido com a experiência das missões Apollo.
Curiosidades

Schmitt e Cernan andaram 34 km no solo da Lua de jipe lunar. Schmitt foi o primeiro cientista-geólogo a viajar para a Lua para pesquisar seu solo. Uma das descobertas científicas desta missão foi a existência de solo cor de laranja no satélite. Foi nesta missão que foi tirada a famosa foto "A Bolinha Azul", em que aparece o disco azulado da Terra de forma nítida, amplamente divulgada, e que teve um impacto muito grande para o aparecimento de uma cultura ecológica nos anos seguintes. Os astronautas deixaram na Lua uma placa que diz: Here Man completed his first exploration of the Moon, December 1972 A.D. May the spirit of peace in which we came be reflected in the lives of all mankind (Aqui os homens completaram sua primeira exploração da Lua, dezembro de 1972. Possa o espírito de paz no qual viemos, refletir-se nas vidas de toda a Humanidade).

Apollo 16

Insigena

Lançamento


Thomas "Ken" Mattingly, John Young & Charles Duke


Modulo Lunar Orion

Modulo lunar, Jeep lunar

A Apollo 16 foi a quinta missão tripulada a pousar na Lua, a primeira a pousar numa região montanhosa do satélite e a décima do Programa Apollo. Foi uma das missões que utilizou o jipe lunar e a primeira a colocar um pequeno satélite em órbita lunar, carregado de experimentos científicos dedicados ao estudo das partículas solares e do campo magnético da Lua.A tripulação contou com o astronauta 'Ken' Mattingly, escalado para participar da acidentada missão Apollo 13 mas que dela não participou por motivos médicos, depois considerados infundados.

O Começo do Fim

Se o apoio político para o Programa Apollo – e os fundos que vem com esse apoio – tivessem continuado em grande escala durante os anos 1970, na época da Apollo 16 a NASA já poderia estar pensando seriamente em estabelecer uma base permanente na Lua. Evidentemente este tipo de missão nunca foi possível e, na verdade, nesta época, a NASA já estava recolhendo as coisas e levantando seu acampamento lunar. As linhas do Programa Apollo com o Congresso dos Estados Unidos tinham sido fechadas e a Agência cancelou três missões para as quais o hardware do programa havia sido construído. Após a Apollo 16, só haveria mais uma missão. Como o Programa ia terminar, não havia mais nenhum equipamento novo para ser testado, nenhum novo método de trabalho para ser tentado. De qualquer maneira, com métodos e equipamentos aprovados em mãos, as últimas duas missões apresentaram esplêndidas oportunidades de esclarecer algumas das maiores incertezas que ainda restavam em nosso entendimento da Lua como satélite.As tripulações das Apollo 14 e 15 trouxeram de volta amostras de materiais lunares muito antigos, mas nenhuma delas visitou uma área puramente montanhosa. Alguns membros da comunidade geológica da NASA pensavam que as áreas montanhosas centrais do satélite pareceriam com certas regiões na Terra construídas por vulcanismo, e esperavam que a equipe da Apollo 16 encontrasse amostras para provar essa tese, na região programada para o pouso,
Descartes.
Orion em Descartes

A Apolo 16 foi lançada em 16 de abril de 1972. O comandante John Young havia voado duas vezes na Gemini e já tinha estado em órbita lunar como piloto do Módulo de Comando da Apollo 10. Anos mais tarde, ele iria comandar a primeira missão do ônibus espacial. O piloto do Módulo Lunar Orion, Charles Duke, havia servido com distinção como CapCom (Controlador de Vôo) durante o pouso da Apollo 11. E, finalmente, o piloto do Módulo de Comando Thomas Mattingly, havia sido escalado para voar na Apollo 13, mas por ter sido inadvertidamente contaminado com caxumba (o que mais tarde se provou falso por Duke), foi substituído no último minuto por seu substituto, John Swigert. Assim como John Young, Mattingly eventualmente ainda voaria como comandante do ônibus Espacial.Apesar de Young e Duke terem feito um pouso quase perfeito, pousando tão perto do seu alvo quanto a prudência e o terreno rugoso permitiam, eles pousaram seis horas atrasados. Em órbita, após eles terem ligado a força do Módulo Lunar Orion e se separado do Módulo de Comando Casper, Mattingly deveria disparar os motores do MC para se colocar numa posição em que pudesse fazer um resgate, em caso de um pouso abortado do ML. Porém, durante os testes, um defeito foi detectado no sistema substituto. De acordo com as regras da missão, nesse caso, as duas espaçonaves se juntariam novamente para o caso de se decidir que a tripulação deveria voltar à Terra. Entretanto, após seis horas de testes e análises, os controladores da missão noCentro Espacial Lyndon Johnson decidiu que o problema no motor poderia ser contornado e que o pouso deveria prosseguir.Durante as manobras finais de aproximação do solo, o primeiro aviso de Duke, em um ângulo da janela, mostrou a Young que eles estavam se dirigindo para um ponto cerca de 600 metros fora do seu alvo. Por dez vezes ele cutucou o controle de mão para dar ao computador um novo alvo. Como na Apollo 15, a mobilidade do jipe lunar significava que eles não precisariam pousar exatamente no ponto escolhido. A grande apreensão de Young era o fato de que existiam poucas sombras, para lhe mostrar onde estava o nível exato do solo neste terreno rugoso e foi somente nos últimos momentos que ele viu alguns indícios, pela sombra que o Módulo Lunar fazia na superfície. Numa combinação de perícia e sorte, ele alunissou num ponto bastante nivelado.Graças ao atraso em órbita, os dois astronautas já estavam acordados a treze horas no momento em que pousaram. Se, como planejado, eles tivessem tentado fazer uma AEV (atividades extra-veiculares ou, mais comumente, um passeio lunar) integral naquele primeiro dia, eles teriam esticado o total de horas acordados para vinte e nove horas. Eram quatro de preparativos para AEV, oito para a AEV propriamente dita e mais quatro para as atividades pós-AEV. Mas ninguém estava interessado em correr os riscos adicionais que a fadiga teria criado, à medida que o dia passasse.
A vida na cabine

Eles consumiriam duas importantes horas extras de oxigênio, água fresca e eletricidade tirando suas roupas e as colocando novamente na manhã seguinte mas, mesmo tendo gasto cinco horas extras não planejadas em órbita lunar, ainda tinham, pelo menos, meio dia de reserva de água e consideravelmente mais oxigênio e força do que precisariam numa estadia completa de três dias. Duas horas após o pouso, Young e Duke estavam fora de suas roupas e uma hora depois, instalados nas redes de dormir. Os dois dormiram ruidosamente e foram a primeira tripulação a fazer isso na Lua.A metade da frente da cabine do módulo, onde os astronautas estavam, era um espaço de seis pés de largura, seis de altura e três de profundidade. A área à frente da popa do espaço dos astronautas era ocupada até em cima com a cobertura do motor de subida. Arrumando-se para dormir, Young e Duke empilharam seus capacetes e roupas na cobertura do motor e amarraram uma rede de dormir para Young na frente dele e na altura das cabeças. Quando ele se deitou, Duke então amarrou sua própria rede próxima ao chão cruzando a cabine e deitou nela. Um dormia em cima do outro, cada qual na sua rede. Não havia muito espaço sobressalente.De manhã - no tempo terrestre deles, porque na Lua o Sol nunca se punha durante as expedições Apollo já que os dias são mais longos - assim que dobraram as redes e se alimentaram, os dois começaram o processo de se aprontarem para sair. Começaram com a chamada Roupa de Resfriamento de Líquidos, uma roupa de baixo na qual finos tubos de plástico eram trançados. Durante a AEV, água fresca podia circular através dos tubos, levando o excesso de suor do corpo para purificadores no equipamento de sobrevivência. Após colocarem estas roupas, eles entraram nas roupas pressurizadas e este ritual sempre tinha que ser feito por dois homens, um ajudando o outro a se vestir. A gravidade lunar os ajudava a levantar a roupa pressurizada de mais de vinte quilos com apenas uma mão. Após abrir o zipper da roupa, um astronauta se pendurava num suporte acima da cabeça e enfiava as duas pernas dentro dela enquanto o outro a segurava. Então, o astronauta dentro da roupa se abaixava para colocar a cabeça dentro dos anéis de pescoço e os braços nas mangas do macacão. As roupas eram confeccionadas individualmente para ficarem justas e isso requeria algumas contorções para vesti-la. No total, o processo levava cerca de vinte minutos e, com o astronauta finalmente vestido, eles desenganchavam os tubos que os mantinham conectados aos suprimentos de ar e água do Módulo Lunar. Neste momento eles ainda não ligavam a água corrente fresca que fluía dentro dos tubos do macacão, mas deixavam o oxigênio correr dentro da roupa e pelos anéis do pescoço e dos pulsos para terem algum refresco. Então todo o processo do vestuário era repetido com o outro astronauta.Alguns acidentes inesperados e bisonhos aconteceram antes da AEV da Apollo 16. Por causa do longo período em que estariam fora da nave, cada um dos astronautas usava um saco de líquido dentro do seu anel do pescoço da roupa e tinham um tubo pelo qual eles podiam sugar o líquido para ter algum refresco. Na Apollo 15, o saco de James Irwin nunca funcionou corretamente, causando uma forte desidratação nele. Na Apollo 16, os sacos vazavam por causa do intermitente contato entre o fim do tubo e os microfones que cada um deles usava dentro do capacete. No caso de Charles Duke, ele se ensopou com quatro ou cinco litros de suco de laranja, enquanto eles ainda se encontravam em órbita lunar. A gravidade zero fez com que ele ficasse completamente encharcado nas roupas apertadas e endureceu seus cabelos.Após o ritual da vestimenta da roupa, os astronautas tinham ainda que colocar seus equipamentos de sobrevivência, os Sistemas Portáteis de Apoio à Vida (SPAV) – a mochila que eles carregavam nas costas - que continham uma caixa de metal com hidróxido de lítio para remover o CO2, suprimentos de oxigênio e água fresca com suas bombas de pressão e o purificador que os ajudava a dissipar o calor. Então vieram os capacetes e luvas, um teste final nas comunicações e, finalmente, um teste na pressurização das roupas. Prontos para realizarem a checagem final do equipamento, os dois primeiro desconectavam suas mangueiras ligadas ao oxigênio do ML e as conectaram às mochilas de sobrevivência; então pressurizavam as roupas para testar se havia alguma vazamento, antes de despressurizarem a cabine.Antes de conferir a pressão, Young e Duke podiam movimentar-se um pouco, apesar do pequeno tamanho da cabine. Nas macias roupas despressurizadas, eles ficavam desajeitados, mas ainda podiam se virar, se curvar e apanhar as listas de controle e peças de equipamento com relativa facilidade. Agora, com as roupas infladas e ambos usando os equipamentos de sobrevivência, a situação era dramaticamente diferente. Para despressurizar a cabine, Duke tinha que puxar alguns interruptores de circuitos num painel na altura de seu ombro direito e mudar algumas posições de válvulas em outro painel atrás. O problema era que agora quase não havia espaço para os dois ficaram em pé ao mesmo tempo, quanto mais se virarem. Young tinha que ficar o mais encolhido que podia do seu lado da cabine para que Duke pudesse atingir os interruptores e se virar para mudar as válvulas. Só quando estivessem fora da nave, na superfície da Lua, eles teriam alguma liberdade de movimento novamente. Felizmente para os dois, eles se pressurizaram apenas alguns minutos antes da hora de Young se arrastar, primeiro pelos pés, para fora da escotilha.
Um passeio a trabalho na Lua

Graças à experiência passada pelas tripulações anteriores, Young e Duke tiveram mais facilidade para se ambientarem às condições lunares e começaram o trabalho imediatamente. Eles deram uma olhada em volta, checaram as condições da espaçonave e se maravilharam com a cratera de cinco metros de profundidade que Young havia sobrevoado nos segundos finais do pouso. A pata traseira do ML estava a menos de três metros da borda. Dez minutos após o primeiro passo de Young na Lua, eles já tinham tudo preparado para por em condições de funcionamento o jipe lunar. Os dois usaram o jipe para marcar uma linha reta de marcas de pneu no chão para desdobrar alguns cabos geofônicos. Um astronauta caminhando poderia ter problemas em manter uma linha reta num terreno acidentado, e na Apollo 17 Eugene Cernan daria o mesmo uso prático a seu jipe.Com três horas e meia de 'passeio lunar', os tripulantes do Orion terminaram a montagem do ALSEP – o conjunto de equipamentos e experimentos levados por cada missão Apollo à Lua para experiências e medições - e estavam prontos para começar sua primeira travessia geológica. Nesta primeira viagem fora do ML, eles teriam que se dirigir para oeste da espaçonave, diretamente contra o Sol, até o lugar chamado de Cratera da Bandeira e voltar. Inevitavelmente, com o Sol baixo no horizonte atrás deles, os dois virtualmente não podiam ver sombras à sua frente e por causa disso pareciam estar se dirigindo para uma terra sem traços ou sinais. (como se pode ver em fotos, a Lua é toda cinza escuro e sem atmosfera significante e o céu é sempre negro, mesmo sob luz solar. Não há cor. Mesmo as fotos coloridas tiradas pelas tripulações Apollo mostram tudo em preto e branco, à exceção dos equipamentos e dos detalhes nas roupas dos astronautas. Tudo isso dificulta bastante a navegação na superfície lunar) Young teve que dirigir bem devagar para evitar as numerosas rochas e pequenas crateras que cobriam a área. Além de tudo, o Sol baixo adicionou o problema básico de estimar tamanhos e distâncias.Se, como as outras tripulações, eles achavam que a navegação visual requeria alguma experiência, eles não tiveram momentos desperdiçados desde que saíram no jipe lunar e estavam prontos para realizar pesquisa geológica. Tanto Young como Duke haviam adquirido grande experiência de trabalho de campo durante o treinamento; e enquanto o comandante deixava Duke fazer a maioria dos relatos ao vivo para Houston, na Terra, observações ocasionais deixavam claro que, atrás da fachada de homem caipira do centro-oesteamericano do comandante, havia um observador astuto e experimentado. No total, eles estiveram longe do ML cerca de duas horas e gastaram uma hora e meia coletando amostras e tirando fotografias em duas paradas, mas infelizmente não havia sinais de vulcanismo recente, que alguns geólogos do Programa esperavam encontrar.A falta de surpresas científicas nesta expedição foi igualada pela falta de surpresas operacionais. Do ponto de vista de uma tripulação, uma boa missão era uma missão sem surpresas, e a medida que o dia passava, Young e Duke provaram mais uma vez o valor de uma equipe bem treinada. A confiança neles mesmos e no equipamento ficou aparente na relativa facilidade com que eles trabalharam nas encostas. Eles haviam aprendido observando os astronautas Scott e Irwin, da Apollo 15.Havia, claro, os inevitáveis percalços. O indicador de alcance do jipe parou de funcionar e eles tiveram que fazer estimativas de distância a olho nu. Os arreios que seguravam a grande coleção de sacos de amostras em seus equipamentos de sobrevivência não paravam apertados. O saco de Young caiu durante a viagem de longo curso durante a terceira AEV – felizmente quando estava vazio – e, geralmente, eles tinham que gastar muito mais tempo do que desejariam apertando as correias dos arreios. Da mesma maneira, os suportes no peito do traje espacial que guardavam maços de sacos de amostras individuais, falhavam repetidamente e eles tiveram que carregar alguns sacos na mão por algum tempo. A vareta do ponteiro do relógio solar – o dispositivo de imagem refletida que produzia uma escala e um vertical local nas imagens - quebrou e eles tiveram que usar suas pás de cabo longo em substituição. Em certo momento, durante a segunda AEV, Young prendeu seu martelo na proteção traseira do lado direito do jipe, arrancando fora parte do paralama. A partir daí, eles dirigiram numa chuva de poeira que não só era um incômodo, mas também contribuiu para um preocupante aquecimento das baterias do jipe lunar. E, finalmente, no caminho deles de volta ao Módulo Lunar, eles momentaneamente perderam potência nas rodas traseiras. Na parada seguinte, Young tentou várias posições de chaves para sanar o problema e acabou desabilitando o sistema de navegação. O problema não foi notado durante algum tempo, mas com a Montanha Smoky marcando o horizonte para o norte, eles puderam dirigir de volta à espaçonave, que estava escondida atrás de um cume, olhando da direção em que estavam voltando para ela.
A Pedra CasaPerto de um dos locais onde pararam o jipe, a assim chamada Cratera do Raio do Sul, havia grandes pedras brancas na borda – com partes negras – e, por fora da borda, ao norte, uma grande pedra negra implorava para ser examinada. Eles examinaram primeiro as rochas brancas, e com pouco tempo sobrando, foram em passos rápidos até a rocha negra. Existe uma maravilhosa parte de filme na coleção da Apollo que mostra pessoas no Backroom – a sala de controle geral das missões Apollo - em Houston, acompanhando Young e Duke indo em direção da pedra; eram cientistas e astronautas reunidos – James Lovell, Harrison "Jack" Schmitt, Lee Silver e outros – que davam conselhos e sugeriam prioridades durante a jornada. A medida que os dois andavam, Ed Fendell – que operava a câmera de TV do jipe lunar por controle remoto desde o Centro Espacial Johnson– aumentava o zoom da lente. Graças aos seus esforços, os astronautas pareciam estar sempre do mesmo tamanho na tela da TV, mas a rocha ia ficando cada vez maior, a medida que se aproximavam dela e os sorrisos e risadas no Backroom se tornavam cada vez mais altos. Era uma grande rocha, grande como uma casa, que a distância parecia minúscula e foi esse o nome que ficou. Os dois passaram alguns minutos tirando fotografias, coletando amostras e se maravilhando com o tamanho da Pedra Casa (The House Rock) – batizada assim por Charles Duke – até que se dirigiram de volta ao jipe.
O Retorno ao Módulo Lunar

Estava na hora de carregar o jipe e dirigir de volta ao Orion. Apesar da última AEV da tripulação ter sido encurtada, Young e Duke estabeleceram vários novos recordes em sua missão. No total, eles coletaram 94 kg de amostras, montaram e colocaram em funcionamento quase meia tonelada de equipamento (incluindo o jipe lunar) e passaram 20 horas e 12 minutos na superfície. Só não estabeleceram o recorde para distância percorrida com o jipe. David Scott e James Irwin da Apollo 15 ficaram com seu recorde pioneiro, pelo menos até aquele momento, por quase um quilômetro de diferença. Mas não havia dúvida que, apesar da realidade da área de pouso de Descartes ter provado ser um pouco menos atraente que o que se esperava antes da missão, John Young e Charles Duke haviam realizado tudo que foi possível com o tempo e o equipamento disponíveis. Na Apollo 17, a missão seguinte, o treino profissional de geologia de Harrison Schmitt adicionou uma capacidade extra à missão, na medida que ele poderia reconhecer relações e detalhes geológicos sutis, e por essa razão, ele e Eugene Cernan puderam fazer suas coletas de maneira mais selecionada. Entretanto, com o tempo disponível em cada AEV, nenhuma das tripulações pôde fazer muitas paradas ou gastar muito tempo procurando por sutilezas. Sua primeira tarefa era identificar o aspecto principal da área, coletar os tipos de rochas preponderantes e procurar por qualquer variedade de pedras que pudesse existir ali. Neste tipo de trabalho, um observador bem treinado era valioso como um profissional e, como observadores, a tripulação da Apollo 16 foi inigualável.
A contribuição da Apollo 16

Na época da decisão do Presidente John Kennedy de colocar um homem na Lua, a Era Espacial só tinha quatro anos de idade e a Era do vôo espacial tripulado, seis semanas. Uma dúzia de pequenos satélites haviam sido colocados numa órbita baixa em volta da Terra. Alguns deles carregaram cachorros ou macacos, como cobaias para futuros viajantes espaciais humanos. Sete espaçonaves haviam sido lançadas em direção da Lua; duas delas haviam sobrevoado o satélite a uma distância respeitável, uma terceira chegou a se chocar com o lado visível e uma quarta girou em volta da Lua e transmitiu de volta para a Humanidade as primeiras imagens granuladas do lado escuro. Yuri Gagarin tinha voado em órbita da Terra e Alan Shepard fez um passeio sub-orbital de 15 minutos numa cápsula Mercury. Apenas oito anos mais tarde, Neil Armstrong e Edwin Aldrin pousaram na Lua e, durante os três anos e meio que se seguiram, eles e outras cinco tripulações provaram, mesmo com os limites impostos por curtas estadias, por orçamentos limitados de equipamento e pelo ambiente lunar propriamente dito, que uma grande quantidade de trabalho científico útil poderia ser feito. De várias maneiras, o fraco campo gravitacional fez o trabalho ser mais fácil do que teria sido na Terra e apenas a necessidade de usar as rígidas e volumosas roupas pressurizadas, mostraram ser uma dificuldade importante para a produtividade.Ficou claro que, com mais tempo, melhores equipamentos e roupas, e um ambiente interno espaçoso nas naves de alunissagem ou em bases fixas no satélite, onde se pudesse trabalhar e viver com roupas normais para se fazer preparativos e reparos, a produtividade dos trabalhos na Lua poderia crescer significativamente. Na época da Apollo 16, os limites do Programa Apollo já haviam se aproximado. As tripulações anteriores haviam testado equipamentos e procedimentos e, se as duas últimas missões pareceram um pouco rotineiras, isso era apenas uma marca da maturidade do Programa. A Lua é um enorme satélite; e em apenas seis missões foi possível colocar junto uma descrição crível dos principais temas da história geológica lunar, planejar a distribuição de recursos em potencial e conseguir alguma experiência valiosa na conduta de operações lunares.