Primeira formação
Segunda fomação
Primeiro album de 1969
História
A história da primeira fase do RENAISSANCE começou em 1969 que se extendeu até 1971. Era formada por Keith Relf, Jim McCarty, Jane Relf, John Hawken e Louis Cennamo. Um ano antes, com término dos YARDBIRDS, uma banda de hard rock, (que durou de 1962 a 1968), os ex-integrantes Keith Relf e Jim McCarty reuniram-se para formar um novo grupo de rock que pudesse ser o renascimento do sentimento clássico. Por isso foi escolhido o marcante nome Renaissance. O gênero musical predominante seria art-rock e clássico-folk, com características progressivas, trazendo de volta todo aquele sentimento renascentista. Então, Keith convidou sua própria irmã Jane para para participar dos vocais, além dos velhos companheiros de jornada dos YARDBIRDS, John Hawken (piano clássico) e Louis Cennamo (baixos) e Chris Dreja (baixos). A primeira semente do novo sonho coletivo de uma nova banda já estava plantada. Por volta de 1968, Keith Relf e Jim McCarty tinham planejado formar um dueto que se chamaria TOGETHER, mas resolveram formar um sexteto com o nome RENAISSANCE, ou seja, o renascimento da música.
Finais dos anos sessenta, lançaram o primeiro álbum com uma capa de luxo, amarelada com foto de uma ruína, o vinil RENAISSANCE (1969), produzido por Paul Samwell-Smith. O disco traria faixas que eram totalmente diferentes do que eles vinham fazendo antes, nos tempos dos YARDBIRDS. As cinco faixas, lançadas em vinil, eram "Kings & Queens", "Innocense", "Island", e "Wanderer" e "Bullet". Uma outra faixa "The Sea" ficou de fora, quando eles decidiram lançar o LP, que só foi incluída no formato CD, tempos depois. O improviso passou a ser uma das características marcante da banda. As melodias, as letras e os arranjos eram suaves, quase acústico, muito bom de ouvir e de assistir ao vivo. Partiram para turnês de lançamento e obtiveram boa aceitação do público em geral, com saldo positivo. Resolveram providenciar o próximo álbum.
Ilusionismo ou mera ilusão
Início da década de setenta, o grupo RENAISSANCE resolveu entrar em estúdio para gravar mais uma preciosidade, com o novo álbum em vinil ILLUSION (1971), registrando seis faixas inéditas ao som ilusionista ou espacial. Jane Relf divide os vocais com seu irmão Keith. Participaram do disco, além dos integrantes anteriores, participaram também Terry Crowe, Michael Dunford, Neil Korner, Don Shin e Terry Slade. Dentre as seis faixas incluídas foram "Love Goes On", "Golden Thread", "Love Is All", Mr Pine, "Face Of Yesterday" e "Part Orbits Of Dust". Jane, Keith, Jim e Terry dividiam os vocais.
Por ironia profissional ou mera ilusão anterior, veio outra surpresa: depois de alguns desentendimentos e conflitos internos e profundas reformulações, todos resolveram abandonar de vez a banda. Consequentemente, esse segundo LP ficou órfão quanto a divulgação do mesmo, e Binky Cullom assumia os vocais, no lugar de Jane. Na ocasião, esse segundo álbum só foi lançado na Alemanha. Consequentemente, os dois únicos que deram raízes à primeira fase do Renaissance, ainda permanecem como raridades atuais. Não existem vestígios de relançamentos para o grande circuito comercial, por parte de outras gravadoras, e muito menos no Brasil. Aliás, a mídia brasileira injustiçou muito a essa grande banda e o recurso só foi restado para importadoras, a um preço altíssimo. "Mas, a Internet é o sonho de todos", apelo de fãs.
Terminada a primeira fase, considerada pré-RENAISSANCE, é consolidada uma nova e longa história do rock progressivo, a partir de 1972. Os integrantes originais já não participavam. Começaria uma segunda fase da banda Renaissance, totalmente reformulada. Michael Dunford assumiria a frente do novo grupo, ao integrar decisivamente o que se pode considerar por RENAISSANCE II. O ritmo e o gênero também começavam a sofrer mudanças, porque eles convidavam uma orquestra inteira para participar dos discos. Entrava em cena, substituindo os vocais de Jane, a poderosa e a mais conceituada musa do gênero progressivo, a jovem vocalista Annie Haslam.
Há 38 anos, nascia em Surrey, Inglaterra, a legendária banda de rock, gênero progressivo, batizado por RENAISSANCE. Mesmo com profundas mudanças no line-up foi esse grupo quem marcou os finais dos anos 60, toda a década de 70, e seguintes. Keith Relf tinha morrido eletrocultado por uma guitarra elétrica, o instrumento preferido dele, em maio de 1976. Em 1977, foi formada a banda ILLUSION, trazendo Jane Relf nos vocais principais. Gravaram três álbuns históricos, no gênero progressivo. Inclusive, ela foi a principal idealizadora da banda, concretizando um sonho do falecido irmão Keith.
Assim como os Yardbirds lançaram três grandes guitarristas da história do rock, JIMMY PAGE (do Led Zeppelin), ERIC CLAPTON e JEFF BECK, o Renaissance também lançou as carreiras solos bem sucedidas de Jane Relf, Annie Haslam, Jim McCarty, John Hawken, Terry Sullivan e outros. Surgiram novas bandas, como LED ZEPPELIN, ILLUSION, JEFF BECK GROUP, STAIRWAY, PILGRIM, RENAISSANT, além da recente volta dos NEW YARDBIRDS e da possível volta do RENAISSANCE, com a formação clássica. Em meio à glória e ao sucesso, a história da banda RENAISSANCE III seguiu-se, a partir de 1983, a trajetória sombria e por um clima de instabilidade total e, consequentemente, pela decadência do bom e o velho rock progressivo. Confira, desde já, um Boletim sobre a trajetória da vocalista Annie Haslam.
São os principais nomes de álbuns oficiais que marcaram toda a década de 70 e início dos anos 80, com a banda Renaissance. De volta ao sentimento clássico, com o folk, art-rock e permanentes suítes sinfônicas, dozadas de experimentalismo com parcelas de improvisos, ressurgia das cinzas musicais uma das maiores bandas de rock progressivo do mundo: o quinteto Renaissance, com Michael Dunford (guitarra), Annie Haslam (vocais), Terence Sullivan (bateria/percussão), John Tout (teclados), Jon Camp (baixo) e a letrista Betty Thatcher Newsinger.
Essa segunda fase, que pode ser considerada por muitos, Renaissance II, que começa com o LP "Prologue" que vai até o "Time-Line" (1983). Por ser considerado o ícone no gênero progressivo, então vale a pena embarcar nessa longa e inesquecível viagem fantástica pelo rock. Tudo isso é atribuído, substancialmente, com a principal entrada de Annie Haslam na liderança do vocais.
A história da primeira fase do Renaissance começou em 1969, Renaissance I com os ex-membros dos Yardbirds, Keith Relf e Jim McCarty, mas resolveram abandonar a banda, depois de gravarem apenas dois álbuns históricos. Essa fase, inclusive, é considerada pré-Renaissance, que extende até 1971. Os novos integrantes entram em estúdio para gravarem um álbum conceitual, o que marcaria a segunda fase do grupo Renaissance. A história estava só recomeçando, porque essa seria a mais longa e estruturada banda de rock, com a formação clássica, que o gênero progressivo conheceu.
O Recomeço
O álbum PROLOGUE (1972) foi o marco do renascimento do legendário grupo Renaissance, com sua nova formação, trazendo nas seis faixas tudo aquilo de que o rock progressivo precisava para recompor a volta do sentimento clássico. Se os grandes mestres Rachmaninoff ou Rimsky-Korsakov estivem vivos estariam na primeira fileira para aplaudir as performances da banda. O LP foi lançado pela gravadora Repertoire e, aqui no Brasil, pela Wea. A faixa título abre, simplesmente, com a vocalização da estreante no grupo, a soprano Annie Haslam. Seguidas pelas canções "Kiev", "Sounds Of The Sea", "Spare Some Love", "Bound For Infinity" e "Rajah Khan". Apesar de que o guitarrista Michael Dunford não foi creditado na capa do disco, como integrante principal, ele participou e tocou. Em seguida, ele se tornou o mentor de todo o grupo, ao lado dos companheiros membros.
IN THE BEGINING é um álbum duplo lançado em 1978, no Brasil, pela gravadora EMI-Odeon/Sovereign, reunindo "Prologue" e "Ashes Are Burning", com a faixa At The Harbour editada do segundo disco. Em onze anos, o grupo havia lançado dez álbuns oficiais e duas compilações, em dose dupla. Em 1980, foi a vez do outro LP duplo ROCKY GALAXY incorporando, na íntegra, o TURN OF THE CARDS e SCHEHERAZADE, não lançado no Brasil.
Foi representado o momento auge da formação clássica do quinteto, com estabilidade maior, por parte dos seus integrantes, sendo eles Michael Dunford, Annie Haslam, Terry Sullivan, John Tout, Jon Camp e a letrista principal Betty Thatcher-Newsinger. Para integrar o grupo foi convidado para participar do primeiro álbum o guitarrista Rob Hendry (que também tocava mandolin, cimbais, além de vocalizações). Nesse álbum conceitual teve, também, a participação de Francis Monkman (tecladista do CURVED AIR), solo de VCS 3 na música Rajah Khan, com vocalização principal da estreiante Annie.
Historicamente, essa fase foi marcante para o grupo Renaissance, porque a voz feminina e com alcance de cinco oitavas, era liderada pela soprano Annie Haslam. Os grandes arranjos, explorando mais o lado clássico e sinfônico formavam uma perfeita sinfonia com belíssimas vocalizações de todos os componentes. Era permanente a contratação de conceituadas orquestras para participarem dos principais álbuns da banda. Substancialmente, é por isso que Renaissance é considerado uma das maiores bandas de rock progressivo do planeta, sobretudo, influenciando outros grandes grupos do mesmo gênero musical.
A Fase Áurea e o Declínio
A partir do lançamento em LP PROLOGUE, ano de 1973, foi a vez do que se pode chamar de continuação do primeiro, o álbum ASHES ARE BURNING. A banda ficou mais conhecida e as músicas já estavam sendo as mais pedidas durante as apresentações ao vivo. As belas canções como "Carpet Of The Sun" , "Let It Grow" , "Spare Some Love" e "Sounds Of The Sea" são ainda veiculadas pelas rádios FMs. A cada ano, um novo álbum oficial era lançado pelo grupo. A produção aumentava cada vez mais. Dentre os oficiais, estão TURN OF THE CARDS (1974), SCHEHERAZADE And The Other Stories (1975), LIVE AT CARNEGIE HALL (duplo, 1976), NOVELLA (1977), A SONG FOR ALL SEASONS (1978), AZURE D´OR (1979), CAMERA CAMERA (1981), TIME-LINE (1983), concluindo a bem sucedida segunda fase, aqui denominado de Renaissance II.
Mas, em 1980, a banda sofre a primeira mudança, reduzida a três: Annie, Michael e Jon Camp. Eles convidavam outros músicos para participarem dos dois últimos trabalhos em estúdio. Nessa mediação, também foi criado o dueto NEVADA, com Annie Haslam e Michael Dunford. Com esse nome gravaram dois compactos duplos, com músicas inéditas e distintas das fases anteriores da banda Renaissance. Outras histórias começaram com a fada madrinha do gênero progressivo.
As chamas estão acesas
O grande estouro da banda Renaissance, na sua segunda fase, foi em 1973, com o lançamento do virtuoso LP ASHES ARE BURNING. Nele, com a saída do guitarrista Rob Hendry, entrou o efetivo compositor Michael Dunford com o seu violão. Nesse álbum teve a participação do guitarrista Andy Powell com um solo de guitarra memorável na música "Ashes Are Burning", faixa que deu título ao disco, sendo que todas as músicas são inteiramente inéditas e de grande aceitação dos fãs. O grupo provou que, mais uma vez as chamas do rock progressivo estavam, mais do que nunca, acesas.Em 1974, foi a vez do inédito LP TURN OF THE CARDS, que é considerado pela crítica, o melhor disco da carreira do Renaissance, porque trouxeram pérolas executáveis do autêntico rock progressivo. O disco abre com a faixa poderosa "Runing Hard", seguida por "I Think You", juntamente com "Cold Is Being" e "Things I Dont Understand". Mas, as saudosas canções "Black Fame" e "Mother Rússia" revelam o grande valor vocal da soprano, fada-madrinha Annie Haslam.
A fase dourada da banda Renaissance não acaba aí. Eles chegam ao ponto máximo, com o lançamento expressivo e renascentista álbum SCHEHERAZADE. Dentre as outras estórias, está a épica "Song Of Scheherazade", com 24 minutos de duração. Embora a faixa "Ocean Gypsy" é considerada um dos melhores momentos da banda e mais executada em seus shows, porque a banda ao vivo é uma celebração. Esse álbum foi tão executado, que ele deu origem, em 1976, um duplo lançamento, denominado de LIVE AT CARNIGIE HALL, incluindo obras anteriores. As músicas são tão bem executadas que chega confundir com as versões de estúdio. Destaque maior, também para a versão de 23 minutos de duração, com a canção carro-chege do grupo "Ashes Are Burning", sobressaindo com uma estridente vocalização da grande musa Annie Haslam.
A banda Renaissance não parava nunca. Esse período foi o seu auge. Em 1977 é lançado mais um inédito long play NOVELLA, contendo pérolas como "The Sisters", "Can you Hear Me?", "Midas Man", "Capteded Heart" . O ano de 1978 a banda Renaissance lançava mais um clássico do progressivo, com a Royal Philarmonica Orchestra. A SON FOR ALL SEASONS, trazendo em suas faixas o tema de um seriado para TV americana, a música "Back Home Once Again". Nessa ocasião, Annie Haslam lançou o seu primeiro disco solo, com o álbum "Annie in Wonderland", produzido pelo ex-marido Roy Wood. Devido ao sucesso do grupo, a gravadora resolveu compilar os dois primeiros álbuns do Renaissance, titulado IN THE BEGINNING (duplo, 1978), inclusive lançado no Brasil com a famosa capa dupla com uma loura deitada na áreia ao som do mar cigano.
O som sinfônico
A famosa e conceituada Orquestra Filarmônica Real, formada na Inglaterra em 1947, foi convidada para participar de álbuns para a banda Renaissance, sobretudo, o segundo solo de Annie Haslam "Still Life" (1995). Além do gênero clássico, a Orquestra contém coral, ballet, bem como instrumentos populares, inclusive já tocou e acompanhou trabalhos com John Lennon, Paul McCartney (Beatles), Roger Waters (Pink Floyd), Freddie Mercury (Queen), Denny Laine (Moody Blues), Keith Richards (Rolling Stones), Mike Oldfield, Deep Purple, dentre outros grandes nomes no panorama do Rock.
A banda abandona aquele som sinfônico de grandes orquestras, em 1979, fechou a década aderindo a músicas mais dançantes, com faixas mais curtas, dando lugar aos sintetizadores. Naquele ano, foi então lançado o LP com um título em francês "Azure D´Or". Com a mudança radical, foram divulgados clipes da banda, com Annie interpretando as principais faixas do disco "Jekyll and Hyde", "Winter Tree", e a clássica "Carpet Of The Sun" (em versão acústica) dentre outras. Até aí a banda estava com sua formação original do quinteto: Haslam/Dunford/Camp/Tout/Sullivan. Essa foi a grande virada do grupo Renaissance, em sua segunda fase clássica, mas não agradou grande parte dos fãs.
Os integranters John Tout e Terence Sullivan deixaram a banda alguns meses depois do lançamento. Em 1980, por iniciativa da gravadora Sire foram relançados mais um duplo ROCK GALAXY, que reunia o terceiro "Turn Of the Cards" e o quarto "Scheherazade and The Other Stories". Mesmo com toda a mudança no estilo musical que, também, viria pela frente, a banda Renaissance não desistiu e colocou em circulação comercial mais dois álbuns, com características do anterior.
Decadência do Rock Progressivo
Reduzido a três, meados de 1981, lançaram CAMERA CAMERA, um Renaissance mais elétrico, cheio de chicotadas no desenrolar das músicas. Jon Camp assinou a maioria das letras. Quando se pensava que tudo parecia o fim, chegava às lojas o inédito TIME-LINE, sem nada de progressivo. Já que tudo tem seu começo, o meio e o fim, só o tempo poderia responder a essas perguntas. Mais uma vez, ainda não era o fim. A banda prosseguiu com as turnês mundiais. Teve boa aceitação na terra do sol nascente, Japão. Muitos dos seus discos foram remixados e relançãdos pelo selo japonês, com alta fidelidade e qualidade de som.
Desde os finais dos anos setenta, em pleno auge das discotecas, a chamada "era disco", a maioria das gravadoras investia no novo gênero dançante, porque era mais comercial e, no entanto, de maior interesse para elas. Na realidade, era mais vendas de discos e retorno financeiro imediato. Relativamente, o gênero rock progressivo entrava em declínio, porque as bandas mais conceituadas também eram pressionadas a se adaptarem. A onda não era arriscar mais aquelas belas suítes sinfônicas, características das antigas fases experimentais do rock-art. As faixas tinha que ser necessariamente mais curtas, mais expressivas em respostas do momento histórico, embora não caísse a qualidade musical e a criatividade do artista. Mas, a maior parte do fãs era exigente e não aceitava a idéia da mudança. Por conseguinte, houve assustadora queda de vendagem de seus discos.
NEVADA - dueto de vida curta
A banda Renaissance também sofreu forte influência com o novo gênero que estava em voga, a "New Wave Music", sendo que a vocalista Annie Haslam teve que se adaptar, embora se sobressaindo muito bem, tanto nas gravações em estúdio como nas apresentações ao vivo. O reflexo negativo foi evidente e a maioria dos curtidores da banda achava que tudo aquilo era realmente o fim. "Mas, ainda não era!", retrucavam sempre Annie e Michael Dunford. Nessa ocasião, eles formaram um dueto, de vida curta, titulado NEVADA, chegando a gravar alguns compactos duplos. O motivo dessa banda de vida curta era divulgar todo o trabalho que o Renaissance havia sendo feito. Nos shows eles apresentavam belas e velhas canções, desde os primórdios do disco PROLOGUE. Os shows eram sucessivos, mas a vendagem dos seus últimos álbuns caiu assustadoramente. Os fãs veteranos não aceitavam a brusca mudança e queriam ver o Renaissance se apresentar de todo jeito.
Em boa hora o vinil AZURE D´OR tenha ficado como o álbum da grande virada do grupo Renaissance, gravado em 1979. Dois anos depois, chegava às lojas o inédito CAMERA CAMERA (1981), trazendo a música "Okichi-San", dentre outras, para lembrar os bons e velhos tempos da banda na sua fase áurea. A mudança no estilo ficava cada vez mais evidente. A banda também mudou de gravadora. Novas tentativas eram sempre frequentes e só com o tempo a solução foi contornada. John Tout e Terry Sullivan já não faziam mais parte do Renaissance, desde 1980. A linha do tempo de mudança já estava com cartas marcadas. Tudo parecia inseguro para as grandes bandas do estilo progressivo. O dançarino, ator e cantor John Travolta embalava os sábados à noite e depois os tempos da brilhantina. A febre dos embalos comandava toda a liderança, através da "disco-music" e "discotecas". Michael Jackson acabava de lançar THRILLER, o marcando o ritmo "break", com músicas dançantes e os mirabolantes rebolados. As gravadoras investiam, sem medo de perder, apostando positivamente naqueles artistas de consumo imediato.
O Epílogo
Através da enorme linha do tempo, apareceria nas lojas o considerado último álbum oficial do grupo Renaissance, TIME LINE. O tripé de sustentação ainda era o mesmo: Haslam/Dunford/Camp. Esporádicas contratações eram sempre feitas integrarem nos grandes shows de lançamento dos respectivos álbuns. Isso acontecia, em paralelo ao dueto NEVADA, que não era considerada uma banda de rock, mas uma tentativa de levar o nome do Renaissance adiante. Isso se deu até a triste separação definitiva, publicada oficialmente, em 1986. Eles tocavam músicas antigas e novas, bem as músicas que o dueto gravaram na sua tenebrosa jornada. A carreira de cada um também se desenvolvia ao longo do tempo.
Ainda usando o nome Renaissance, outros trabalhos foram desenvolvidos, inclusive o projeto Michael Dunford, convidando outra vocalista para participar do THE OTHER WOMAN (1995), OCEAN GYPSY (1997) e TRIP TO THE FAIR (compilação, 1998). A vocalista convidada era Stephannie Adlington, uma jovem americana que também tinha uma excelente voz. Mas, ela quis seguir também carreira solo. Paralelamente aos relançamentos do Renaissance, Annie Haslam também lançavam maravilhosos solos e se impenhou nas composição de suas letras, iniciou também uma nova fase de pintura, com belíssimos quadros. Nascia uma nova Annie Haslam nas Artes Plásticas para concretizar as combinações de sons, cores e vibrações harmônicas. "São pinturas altamente inspiradas e tiradas das suas mais íntimas intuições criativas e experiências espirituais", revela.
Inesperado Show de Despedida
Em 1986, o grupo Renaissance fez sua última apresentação, na Academia de Música na Philadelphia, EUA, que resultou um histórico CD "Unplugged", que só foi lançado 13 anos depois. A publicação do álbum ocorreu em 1999, contendo todas as faixas ao vivo na linda voz de Annie Haslam, recordando os bons e velhos tempos da banda. Houve outros lançamentos inéditos resgatando os melhores momentos do grupo com sua antiga formação. Confira mais em Renaissance III e o Boletim.
Uma das maiores bandas de rock progressivo que acabou de completar os seus 38 anos de existência, então, ela merece todo o respeito do mundo. Possui um volume de obras-primas invejável, chega ser superior a qualquer outra banda do gênero. É, realmente, uma longa viagem histórica pelo rock progressivo. E nessa jornada tão sinuosa da música que o grupo Renaissance vem atravessando por três fases ou divisões distintas: Renaissance I (1969 a 1971), Renaissance II (1972 a 1983) e Renaissance III (1984 até hoje). Tiveram excessivas substituições, mas nunca deixando nada para atrás, a não ser os grandes trabalhos sonoros, que são verdadeiras obras-primas, atribuídas a mais de 35 álbuns, dentre os oficiais e relançados durante o tempo.
A partir dos anos 80, é que os conflitos começaram aparecer. Mas, a banda não tinha ainda se separado completamente. Só foram os dois integrantes do grupo Terence Sullivan e John Tout que partiram para outra. Portanto, Michael Dunford, Annie Haslam e Jon Camp, ao lado de outros convidados experientes, como recomposição, deram prosseguimento, levando o nome do Renaissance, ainda com casas lotadas. Embora o fã queria ver o grupo completo tocando em cena.
Uma grande pausa foi dada, a partir 1987. Um ano antes, foi registrado esse show de despedida da banda Renaissance. Annie Haslam acabaria de lançar o seu segundo álbum solo "Still Life" (1985) e começou as turnês de lançamento. Mas, aquele show de despedida foi realmente acontecido e só foi divulgado tal registro no formato CD "Unplugged", em 1999. Dunford também se empenhou em outros projetos musicais, mas nunca desvinculou do nome "Renaissance" nos seus trabalhos. Durante dez anos de silêncio, a ex-gravadora do grupo relançavam álbuns, com material de estúdio e apresentações ao vivo. E muitas tentativas de volta da banda, com a formação clássica foram feitas.
Desde 1984, só eram feitas algumas turnês, mas não o suficiente para manter a motivação do grupo e, como não se bastasse, a gravadora IRS acabava de rescindir o contrato com Annie e Dunford. Na realidade, o exato motivo era alegado que o estilo de música da banda não combinava ou harmonizava com as propostas da gravadora. A New Wave e o Punk eras os gêneros musicais daquele momento e as empresas do disco queriam crescer seus faturamentos. Conclusão, aqueles grupos progressivos, com músicas de faixas longas, aderidas às suítes sinfônicas tiveram que se adaptarem ao novo estilo, o que estavam predominando naquele oportuno momento.
O Começo do Fim
Desde 1984, considerada a terceira fase do Renaissance, estava explícita um caminho incerto e complexo para a banda. Sem gravadora, as excursões não seriam suficientes para manter a chama acesa do grupo. Nesse período, foram gravadas algumas músicas, mas não foram lançadas comercialmente. A década de 80 foi marcada pela era das grandes discotecas e New Wave, que era o reflexo dos finais dos 70. A músicalidade da banda Renaissance também foi adaptada aos gêneros pop-rock, funk e new wave. Mas, as gravadoras achavam inoportuna tal mudança. Portanto, aquelas epopéias sinfônicas estava totalmente extinta do panorama, transbordado em música de consumo rápido.
Nessa ocasião, John Tout havia abandonado o Renaissance, alegando cansaço e outras particularidades.. O empresário da banda Terry Sullivan também deixou o grupo para trabalhar na Warner Brothers/Sire. Restando simplesmente o efetivo tripé de sustenção: Haslam/Dunford/Camp, mas o futuro era incerto. Camp depois foi se juntar ao grupo CATEDRAL. O pianista raphael Rudd e o baixista/guitarrista Mark Lampariello, unidos a Michael Dunford e Annie Haslam tentaram reformular uma nova versão do Renaissance. Entre 1985 a 1987, os quartros tocaram juntos e apresentadads antigas canções do grupo, incluindo algumas da carreira solo de Annie. Ela tinha acabado de lançar o seu segundo álbum solo, titulado "Still Life". O primeiro solo "Annie In Wonderland" foi em 1977, quando ainda fazia parte do Renaissance.
Concerto de Despedida
O quarteto Renaissance, com apenas dois integrantes da fase clássica da banda, juntamente com Rudd e Lampariello marcaram um concerto de despedida para o dia 6 de junho de 1987, no Club Benéen em Saureville, Nova Jersey, Estados Unidos. Esse concerto especial foi para os amigos e fãs, que muitos acompanharam a história da banda Renaissance desde os primórdios 1972. A vocalista Annie Haslam e seus colegas declaravam ali que a banda estavam se despedindo com muita saudade. Ela declarou, inclusive, que ía continuar sua carreira solo, pelos anos seguintes. Tudo que restou foi as gravações desse show lançadas em 1999, formato CD "Unpplugged Live At The Academy Of Music", gravadora Mooncrest.
Na década de 90, foi a vez dos grandes relançamentos dos álbuns do Renaissance, sendo que a maioria gravações raras de estúdio e, ao vivo. Eram canções que não foram incluídas em álbuns oficiais da banda Renaissance. Nessa época, Annie e Michael Dunford fundaram o selo "The White Dove Organization", gravadora da qual ela lançou a maior parte dos seus solos e alguns do Renaissance. Haslam também se lançou como compositora e, em seguida, como pintora (1999), além do intenso trabalho como vocalista.
Carreiras Solo ou experimentais
A partir de 1995, Michael partiu para alguns projetos solo, sob a luz da banda Renaissance, convidando uma jovem vocalista inglesa Stephanie Adlington. Com esse projeto, titulado Michael Dunford´s Renaissance, foram lançados três álbuns, mas Annie não participa.
Um dos primeiros a abandonar o grupo Renaissance foi Terry Sullivan, que recentemente também lançou um álbum solo "South Of Winter" pela banda RENAISSANT.
Discografia estúdio
RENAISSANCE (Renascimento) - 19691. Kings and Queens, 2. Innocense, 3. Island, 4. Wanderer, 5. Bullet, 6. The Sea (incluída só em CD)
ILLUSION (Ilusão) - 19711. Love Goes On, 2. Golden Thread, 3. Love Is All, 4. Mr Pine, 5. Face Of Yesterday, 6. Part Orbits Of Dust.
PROLOGUE (Prólogo) – 1972
Prologue; Kiev; Sounds of the Sea; Spare Some Love; Bound For Infinity; Rajah Khan.
ASHES ARE BURNING (As Chamas Estão Acesas) - 1973
Can You Understand; Let It Grow; On The Frontier; Carpet of the Sun; At The Harbour; Ashes Are Burning
TURNS OF THE CARDS (Vira as Cartas) – 1974
Running Hard; I Think of You; Things I Don't Understand; Black Flame; Cold Is Being; Mother Russia
SCHEHERAZADE: AND OTHERS STORIES (Scheherazade: E outras histórias) - 1975
Trip To The Fair; The Vultures Fly High; Ocean Gypsy; Song of Scheherazade: Fanfare; The Betrayal; The Sultan; Love Theme; The Young Prince and Princess as told by Scheherazade; Festival Preparations; Fugue for the Sultan; The Festival; Finale.
NOVELLA (Novela) – 1977
Can You Hear Me?; The Sisters; Midas Man; The Captive Heart; Touching Once (Is So Hard To Keep).
A SONG FOR ALL SEASONS (Uma Canção Para Todas as Estações) - 1978
Opening Out; Day of the Dreamer; Closer Than Yesterday; Kindness (At the End); Back Home Once Again; She Is Love; Northern Lights; A Song For All Seasons.
AZURE D’OR (Azul Dourado) – 1979
Jekyll and Hyde; The Winter Tree; Only Angels Have Wings; Golden Key; Forever Changing; Secret Mission; Kalynda (a magical isle); The Discovery; Friends; The Flood at Lyons.
CAMERA CAMERA (Câmera Câmera) – 1981
Camera Camera; Faeries (Living at the Bottom of the Garden); Remember; Bonjour Swansong; Tyrant-tula; Okichi-san; Jigsaw; Running Away From You; Ukraine Ways
TIME LINE (Linha do tempo)– 1983
Flight; Missing Persons; Chagrin Boulevard; Richard the IX; The Entertainer; Electric Avenue; Majik; Distant Horizons; Orient Express; Auto-Tech.
SONGS FROM RENAISSANCE DAYS (As Canções Com Os Dias do Renascimento) – 1997
Compilação de B-sides, demos, e outras gravações feitas entre 1979 e 1988. Todas as canções foram selecionadas por Annie Haslam e Michael Dunford. Africa; Dreamaker; Northern Lights; No Beginning No End; Only When I Laugh; The Body Machine; Writers Wronged; Island of Avalon; America; You.
TUSCANY (Toscana) – 2001
A partir do ano 2000, os remanescentes da formação clássica entram em estúdio para gravar dez inéditas para o CD Tuscany (saudações privincianas onde foi o berço do Renascimento, Itália). Inclusive, há uma homenagem ao Brasil, com a canção "Life In Brazil", condecorada na linda voz de Annie Haslam. Dois anos após, rendeu um duplo ao vivo gravado no Japão. Lady From Tuscany; Pearls of Wisdon; Eva's Pond; Dear Landseer; In The Sunshine; In My Life; The Race; Dolphin's Prayer; Life in Brazil; One Thousand Roses.
Annie Haslam
Annie Haslam é uma das mais versátil vocalista do rock progressivo. Cantora classificada soprano, timbre agudo com alcance de cinco oitavas, Annie é considerada uma das melhores vozes da atualidade, em comparação à diva grega Maria Callas e a peruana Yma Sumac. Com o tempo, foi adquirindo cada vez mais experiências em suas jornadas de trabalho, até que, em 1972, tornou-se vocalista líder na banda Renaissance, ao lado de Michael Dunford e Terry Sullivan, John Tout, Jon Camp e a letrista Betty Thatcher.
Annie veio de uma família de músicos. O pai era comediante amador e a mãe cantora lírica. O irmão Michael Haslam trabalhava e excursionava sempre com Brian Epstein, o empresário do conceituado grupo THE BEATLES na década de sessenta. Nascida em Bolton, Lancashire, Inglaterra, Annie começou a cantar desde cedo, incentivada por amigos e pelo namorado.
Teve aulas de música com uma experiente cantora lírica Sybil Knight. Foi no início da década de setenta, Annie apresentou, pela primeira vez em público, cantando um dos maiores hits dos anos dourados, "Those Were The Days", de Mary Hopkin. Por sorte, foi a sua grande oportunidade de descoberta, porque viria a ser a futura fada madrinha do rock progressivo. Nessa ocasião, foi através de um anúncio de uma revista inglesa especializada em música, Melody Maker, que Annie tomou conhecimento da banda Renaissance.
Carreira solo
Na banda Renaissance, Annie manteve a chama acesa até os últimos momentos, ao lado do mentor Michael Dunford. Mas, em 1977, foi lançado o seu primeiro LP solo com inéditas, titulado Annie In Wonderland, produzido pelo ex-marido Roy Wood. No ano seguinte, chegaria às lojas a obra-prima "Novella", com o grupo Renaissance. O hit de destaque era uma suíte de quase quinze minutos, a conhecida "The Sisters". E assim, a cada ano era um lançamento diferente.
Meados de 1985, foi a vez do segundo álbum solo. Annie estava se definindo para um grande e bem elaborado trabalho em sua carreira. Foi contratada a Orquestra Filarmônica de Londres para participar do seu álbum Still Life. É um trabalho artístico primoroso, porque ele contém somente peças de compositores clássicos, de Tchaikovsky a Brahms.
Em 1989, foi lançado um álbum mais diversificado, numa linha mais pop, titulado Annie Haslam, contendo maravilhosas canções em todas dez faixas. Ela começa fazer suas próprias letras e parcerias. Cria uma organização e começa a produzir discos pelo seu próprio selo White Dove Org, e lança os seus solos e outros relançamentos do Renaissance.
Outros projetos extras
Por causa da bela e comovente voz, Annie haslam sempre é convidada para participar de outros projetos musicais. Ao lado de grandes músicos do rock progressivo, como Steve Howe (do YES), dentre outros. Foi lançado o tardio DVD, contendo músicas de carreira solo e do Renaissance "Live Studio Concert" (2006). Lançou também em EP "Night And Day", com gravações antigas ao lado de Welsh na banda MAGENTA, incluindo a canção de Annie Haslam, musicada pela banda. Magenta é uma banda de rock progressivo, pouco desconhecida, formada em 2001 por Welsh e pelo ex-CYAN BAND, membro Rob Reed. Cyan é um grupo mais recente, formado em 1984, mas que teve influência dos GENESIS, YES, EURYTHMICS, do multiinstrumentista MIKE OLDFIELD dentre outros.
Os principais integrantes do MAGENTA, banda formada em 2001, são Christina Booth (vocais), Rob Reed (teclados), Chris Fry (guitarra elétrica), Martin Rosser (guitarra acústica), Dan Fry (baixos) e Allan Mason-Jones (bateria). É notável que Annie Haslam está sempre bem acompanhada por grandes músicos. O interessante é que, desde que ela fez parte do Renaissance, em 1972, nunca abandonou a banda. Em paralelo a sua carreira solo, o grupo tem lançado os inéditos, "Tuscany" (2002) e "Live in Tokyo" (2003), com a formação clássica. Inclusive, Annie tem sempre manifestado um saudoso retorno da banda Renaissance com os antigos colegas. Leia os principais tópicos no Boletim. Cf.tb. a história da primeira banda de Annie Haslam.
Jane Relf
Jane Relf foi a primeira vocalista da banda Renaissance, em 1969. Foi convidada pelo irmão Keith Relf para ser vocalista do grupo, lançando dois álbuns. No aniversário dos seus sessenta anos, foi feita uma homenagem, celebrando com uma série de novidades, dentre elas um CD duplo com todas suas interpretações durante a carreira. A primeira delas é o anúncio do lançamento oficial da coletânea Jane's Renaissance. Trata-se de um álbum duplo, com praticamente tudo que Jane gravou em sua carreira artística.
Nascida na Inglaterra, a 07 de março de 1947, Jane era irmã mais nova de Keith Relf (falecido em 1976). Desde a separação com a banda Illusion ela nunca parou de cantar, participou também em vários projetos dos colegas Jim McCarty e outros.
Lançamento Comemorativo
O álbum duplo inclui as músicas que ela cantou no Renaissance I (1969-1971), no Illusion, no Stairway (banda de new-age) formada por ela, Jim McCarty e Louis Cennamo na segunda metade dos anos 80, e ainda inclui três raros números solo da cantora, que têm seu lançamento oficial em CD (música que tinha sido lançadas antes, em vinil, em dois raros compactos no formato 45 rotações por minuto).
Estão lá as duas versões de Face of Yesterday (a do segundo álbum do Renaissance e a do primeiro álbum do Illusion), as duas versões de Island (a do primeiro álbum do Renaissance e a do compacto), belas canções como The Sea, Louis' Theme, Beautiful Country, Everywhere You Go, Man of Miracles, e raridades como Without a Song From You, Make Me Time Pass By e Please Be Home. Completa o CD um medley com trechos de outras músicas do Renaissance e do Illusion onde Jane faz vocais (mas não as canta por inteiras). Enfim, uma coleção como Jane nunca teve, e que deverá satisfazer por completo os milhares de fãs.
A história da primeira fase do RENAISSANCE começou em 1969 que se extendeu até 1971. Era formada por Keith Relf, Jim McCarty, Jane Relf, John Hawken e Louis Cennamo. Um ano antes, com término dos YARDBIRDS, uma banda de hard rock, (que durou de 1962 a 1968), os ex-integrantes Keith Relf e Jim McCarty reuniram-se para formar um novo grupo de rock que pudesse ser o renascimento do sentimento clássico. Por isso foi escolhido o marcante nome Renaissance. O gênero musical predominante seria art-rock e clássico-folk, com características progressivas, trazendo de volta todo aquele sentimento renascentista. Então, Keith convidou sua própria irmã Jane para para participar dos vocais, além dos velhos companheiros de jornada dos YARDBIRDS, John Hawken (piano clássico) e Louis Cennamo (baixos) e Chris Dreja (baixos). A primeira semente do novo sonho coletivo de uma nova banda já estava plantada. Por volta de 1968, Keith Relf e Jim McCarty tinham planejado formar um dueto que se chamaria TOGETHER, mas resolveram formar um sexteto com o nome RENAISSANCE, ou seja, o renascimento da música.
Finais dos anos sessenta, lançaram o primeiro álbum com uma capa de luxo, amarelada com foto de uma ruína, o vinil RENAISSANCE (1969), produzido por Paul Samwell-Smith. O disco traria faixas que eram totalmente diferentes do que eles vinham fazendo antes, nos tempos dos YARDBIRDS. As cinco faixas, lançadas em vinil, eram "Kings & Queens", "Innocense", "Island", e "Wanderer" e "Bullet". Uma outra faixa "The Sea" ficou de fora, quando eles decidiram lançar o LP, que só foi incluída no formato CD, tempos depois. O improviso passou a ser uma das características marcante da banda. As melodias, as letras e os arranjos eram suaves, quase acústico, muito bom de ouvir e de assistir ao vivo. Partiram para turnês de lançamento e obtiveram boa aceitação do público em geral, com saldo positivo. Resolveram providenciar o próximo álbum.
Ilusionismo ou mera ilusão
Início da década de setenta, o grupo RENAISSANCE resolveu entrar em estúdio para gravar mais uma preciosidade, com o novo álbum em vinil ILLUSION (1971), registrando seis faixas inéditas ao som ilusionista ou espacial. Jane Relf divide os vocais com seu irmão Keith. Participaram do disco, além dos integrantes anteriores, participaram também Terry Crowe, Michael Dunford, Neil Korner, Don Shin e Terry Slade. Dentre as seis faixas incluídas foram "Love Goes On", "Golden Thread", "Love Is All", Mr Pine, "Face Of Yesterday" e "Part Orbits Of Dust". Jane, Keith, Jim e Terry dividiam os vocais.
Por ironia profissional ou mera ilusão anterior, veio outra surpresa: depois de alguns desentendimentos e conflitos internos e profundas reformulações, todos resolveram abandonar de vez a banda. Consequentemente, esse segundo LP ficou órfão quanto a divulgação do mesmo, e Binky Cullom assumia os vocais, no lugar de Jane. Na ocasião, esse segundo álbum só foi lançado na Alemanha. Consequentemente, os dois únicos que deram raízes à primeira fase do Renaissance, ainda permanecem como raridades atuais. Não existem vestígios de relançamentos para o grande circuito comercial, por parte de outras gravadoras, e muito menos no Brasil. Aliás, a mídia brasileira injustiçou muito a essa grande banda e o recurso só foi restado para importadoras, a um preço altíssimo. "Mas, a Internet é o sonho de todos", apelo de fãs.
Terminada a primeira fase, considerada pré-RENAISSANCE, é consolidada uma nova e longa história do rock progressivo, a partir de 1972. Os integrantes originais já não participavam. Começaria uma segunda fase da banda Renaissance, totalmente reformulada. Michael Dunford assumiria a frente do novo grupo, ao integrar decisivamente o que se pode considerar por RENAISSANCE II. O ritmo e o gênero também começavam a sofrer mudanças, porque eles convidavam uma orquestra inteira para participar dos discos. Entrava em cena, substituindo os vocais de Jane, a poderosa e a mais conceituada musa do gênero progressivo, a jovem vocalista Annie Haslam.
Há 38 anos, nascia em Surrey, Inglaterra, a legendária banda de rock, gênero progressivo, batizado por RENAISSANCE. Mesmo com profundas mudanças no line-up foi esse grupo quem marcou os finais dos anos 60, toda a década de 70, e seguintes. Keith Relf tinha morrido eletrocultado por uma guitarra elétrica, o instrumento preferido dele, em maio de 1976. Em 1977, foi formada a banda ILLUSION, trazendo Jane Relf nos vocais principais. Gravaram três álbuns históricos, no gênero progressivo. Inclusive, ela foi a principal idealizadora da banda, concretizando um sonho do falecido irmão Keith.
Assim como os Yardbirds lançaram três grandes guitarristas da história do rock, JIMMY PAGE (do Led Zeppelin), ERIC CLAPTON e JEFF BECK, o Renaissance também lançou as carreiras solos bem sucedidas de Jane Relf, Annie Haslam, Jim McCarty, John Hawken, Terry Sullivan e outros. Surgiram novas bandas, como LED ZEPPELIN, ILLUSION, JEFF BECK GROUP, STAIRWAY, PILGRIM, RENAISSANT, além da recente volta dos NEW YARDBIRDS e da possível volta do RENAISSANCE, com a formação clássica. Em meio à glória e ao sucesso, a história da banda RENAISSANCE III seguiu-se, a partir de 1983, a trajetória sombria e por um clima de instabilidade total e, consequentemente, pela decadência do bom e o velho rock progressivo. Confira, desde já, um Boletim sobre a trajetória da vocalista Annie Haslam.
São os principais nomes de álbuns oficiais que marcaram toda a década de 70 e início dos anos 80, com a banda Renaissance. De volta ao sentimento clássico, com o folk, art-rock e permanentes suítes sinfônicas, dozadas de experimentalismo com parcelas de improvisos, ressurgia das cinzas musicais uma das maiores bandas de rock progressivo do mundo: o quinteto Renaissance, com Michael Dunford (guitarra), Annie Haslam (vocais), Terence Sullivan (bateria/percussão), John Tout (teclados), Jon Camp (baixo) e a letrista Betty Thatcher Newsinger.
Essa segunda fase, que pode ser considerada por muitos, Renaissance II, que começa com o LP "Prologue" que vai até o "Time-Line" (1983). Por ser considerado o ícone no gênero progressivo, então vale a pena embarcar nessa longa e inesquecível viagem fantástica pelo rock. Tudo isso é atribuído, substancialmente, com a principal entrada de Annie Haslam na liderança do vocais.
A história da primeira fase do Renaissance começou em 1969, Renaissance I com os ex-membros dos Yardbirds, Keith Relf e Jim McCarty, mas resolveram abandonar a banda, depois de gravarem apenas dois álbuns históricos. Essa fase, inclusive, é considerada pré-Renaissance, que extende até 1971. Os novos integrantes entram em estúdio para gravarem um álbum conceitual, o que marcaria a segunda fase do grupo Renaissance. A história estava só recomeçando, porque essa seria a mais longa e estruturada banda de rock, com a formação clássica, que o gênero progressivo conheceu.
O Recomeço
O álbum PROLOGUE (1972) foi o marco do renascimento do legendário grupo Renaissance, com sua nova formação, trazendo nas seis faixas tudo aquilo de que o rock progressivo precisava para recompor a volta do sentimento clássico. Se os grandes mestres Rachmaninoff ou Rimsky-Korsakov estivem vivos estariam na primeira fileira para aplaudir as performances da banda. O LP foi lançado pela gravadora Repertoire e, aqui no Brasil, pela Wea. A faixa título abre, simplesmente, com a vocalização da estreante no grupo, a soprano Annie Haslam. Seguidas pelas canções "Kiev", "Sounds Of The Sea", "Spare Some Love", "Bound For Infinity" e "Rajah Khan". Apesar de que o guitarrista Michael Dunford não foi creditado na capa do disco, como integrante principal, ele participou e tocou. Em seguida, ele se tornou o mentor de todo o grupo, ao lado dos companheiros membros.
IN THE BEGINING é um álbum duplo lançado em 1978, no Brasil, pela gravadora EMI-Odeon/Sovereign, reunindo "Prologue" e "Ashes Are Burning", com a faixa At The Harbour editada do segundo disco. Em onze anos, o grupo havia lançado dez álbuns oficiais e duas compilações, em dose dupla. Em 1980, foi a vez do outro LP duplo ROCKY GALAXY incorporando, na íntegra, o TURN OF THE CARDS e SCHEHERAZADE, não lançado no Brasil.
Foi representado o momento auge da formação clássica do quinteto, com estabilidade maior, por parte dos seus integrantes, sendo eles Michael Dunford, Annie Haslam, Terry Sullivan, John Tout, Jon Camp e a letrista principal Betty Thatcher-Newsinger. Para integrar o grupo foi convidado para participar do primeiro álbum o guitarrista Rob Hendry (que também tocava mandolin, cimbais, além de vocalizações). Nesse álbum conceitual teve, também, a participação de Francis Monkman (tecladista do CURVED AIR), solo de VCS 3 na música Rajah Khan, com vocalização principal da estreiante Annie.
Historicamente, essa fase foi marcante para o grupo Renaissance, porque a voz feminina e com alcance de cinco oitavas, era liderada pela soprano Annie Haslam. Os grandes arranjos, explorando mais o lado clássico e sinfônico formavam uma perfeita sinfonia com belíssimas vocalizações de todos os componentes. Era permanente a contratação de conceituadas orquestras para participarem dos principais álbuns da banda. Substancialmente, é por isso que Renaissance é considerado uma das maiores bandas de rock progressivo do planeta, sobretudo, influenciando outros grandes grupos do mesmo gênero musical.
A Fase Áurea e o Declínio
A partir do lançamento em LP PROLOGUE, ano de 1973, foi a vez do que se pode chamar de continuação do primeiro, o álbum ASHES ARE BURNING. A banda ficou mais conhecida e as músicas já estavam sendo as mais pedidas durante as apresentações ao vivo. As belas canções como "Carpet Of The Sun" , "Let It Grow" , "Spare Some Love" e "Sounds Of The Sea" são ainda veiculadas pelas rádios FMs. A cada ano, um novo álbum oficial era lançado pelo grupo. A produção aumentava cada vez mais. Dentre os oficiais, estão TURN OF THE CARDS (1974), SCHEHERAZADE And The Other Stories (1975), LIVE AT CARNEGIE HALL (duplo, 1976), NOVELLA (1977), A SONG FOR ALL SEASONS (1978), AZURE D´OR (1979), CAMERA CAMERA (1981), TIME-LINE (1983), concluindo a bem sucedida segunda fase, aqui denominado de Renaissance II.
Mas, em 1980, a banda sofre a primeira mudança, reduzida a três: Annie, Michael e Jon Camp. Eles convidavam outros músicos para participarem dos dois últimos trabalhos em estúdio. Nessa mediação, também foi criado o dueto NEVADA, com Annie Haslam e Michael Dunford. Com esse nome gravaram dois compactos duplos, com músicas inéditas e distintas das fases anteriores da banda Renaissance. Outras histórias começaram com a fada madrinha do gênero progressivo.
As chamas estão acesas
O grande estouro da banda Renaissance, na sua segunda fase, foi em 1973, com o lançamento do virtuoso LP ASHES ARE BURNING. Nele, com a saída do guitarrista Rob Hendry, entrou o efetivo compositor Michael Dunford com o seu violão. Nesse álbum teve a participação do guitarrista Andy Powell com um solo de guitarra memorável na música "Ashes Are Burning", faixa que deu título ao disco, sendo que todas as músicas são inteiramente inéditas e de grande aceitação dos fãs. O grupo provou que, mais uma vez as chamas do rock progressivo estavam, mais do que nunca, acesas.Em 1974, foi a vez do inédito LP TURN OF THE CARDS, que é considerado pela crítica, o melhor disco da carreira do Renaissance, porque trouxeram pérolas executáveis do autêntico rock progressivo. O disco abre com a faixa poderosa "Runing Hard", seguida por "I Think You", juntamente com "Cold Is Being" e "Things I Dont Understand". Mas, as saudosas canções "Black Fame" e "Mother Rússia" revelam o grande valor vocal da soprano, fada-madrinha Annie Haslam.
A fase dourada da banda Renaissance não acaba aí. Eles chegam ao ponto máximo, com o lançamento expressivo e renascentista álbum SCHEHERAZADE. Dentre as outras estórias, está a épica "Song Of Scheherazade", com 24 minutos de duração. Embora a faixa "Ocean Gypsy" é considerada um dos melhores momentos da banda e mais executada em seus shows, porque a banda ao vivo é uma celebração. Esse álbum foi tão executado, que ele deu origem, em 1976, um duplo lançamento, denominado de LIVE AT CARNIGIE HALL, incluindo obras anteriores. As músicas são tão bem executadas que chega confundir com as versões de estúdio. Destaque maior, também para a versão de 23 minutos de duração, com a canção carro-chege do grupo "Ashes Are Burning", sobressaindo com uma estridente vocalização da grande musa Annie Haslam.
A banda Renaissance não parava nunca. Esse período foi o seu auge. Em 1977 é lançado mais um inédito long play NOVELLA, contendo pérolas como "The Sisters", "Can you Hear Me?", "Midas Man", "Capteded Heart" . O ano de 1978 a banda Renaissance lançava mais um clássico do progressivo, com a Royal Philarmonica Orchestra. A SON FOR ALL SEASONS, trazendo em suas faixas o tema de um seriado para TV americana, a música "Back Home Once Again". Nessa ocasião, Annie Haslam lançou o seu primeiro disco solo, com o álbum "Annie in Wonderland", produzido pelo ex-marido Roy Wood. Devido ao sucesso do grupo, a gravadora resolveu compilar os dois primeiros álbuns do Renaissance, titulado IN THE BEGINNING (duplo, 1978), inclusive lançado no Brasil com a famosa capa dupla com uma loura deitada na áreia ao som do mar cigano.
O som sinfônico
A famosa e conceituada Orquestra Filarmônica Real, formada na Inglaterra em 1947, foi convidada para participar de álbuns para a banda Renaissance, sobretudo, o segundo solo de Annie Haslam "Still Life" (1995). Além do gênero clássico, a Orquestra contém coral, ballet, bem como instrumentos populares, inclusive já tocou e acompanhou trabalhos com John Lennon, Paul McCartney (Beatles), Roger Waters (Pink Floyd), Freddie Mercury (Queen), Denny Laine (Moody Blues), Keith Richards (Rolling Stones), Mike Oldfield, Deep Purple, dentre outros grandes nomes no panorama do Rock.
A banda abandona aquele som sinfônico de grandes orquestras, em 1979, fechou a década aderindo a músicas mais dançantes, com faixas mais curtas, dando lugar aos sintetizadores. Naquele ano, foi então lançado o LP com um título em francês "Azure D´Or". Com a mudança radical, foram divulgados clipes da banda, com Annie interpretando as principais faixas do disco "Jekyll and Hyde", "Winter Tree", e a clássica "Carpet Of The Sun" (em versão acústica) dentre outras. Até aí a banda estava com sua formação original do quinteto: Haslam/Dunford/Camp/Tout/Sullivan. Essa foi a grande virada do grupo Renaissance, em sua segunda fase clássica, mas não agradou grande parte dos fãs.
Os integranters John Tout e Terence Sullivan deixaram a banda alguns meses depois do lançamento. Em 1980, por iniciativa da gravadora Sire foram relançados mais um duplo ROCK GALAXY, que reunia o terceiro "Turn Of the Cards" e o quarto "Scheherazade and The Other Stories". Mesmo com toda a mudança no estilo musical que, também, viria pela frente, a banda Renaissance não desistiu e colocou em circulação comercial mais dois álbuns, com características do anterior.
Decadência do Rock Progressivo
Reduzido a três, meados de 1981, lançaram CAMERA CAMERA, um Renaissance mais elétrico, cheio de chicotadas no desenrolar das músicas. Jon Camp assinou a maioria das letras. Quando se pensava que tudo parecia o fim, chegava às lojas o inédito TIME-LINE, sem nada de progressivo. Já que tudo tem seu começo, o meio e o fim, só o tempo poderia responder a essas perguntas. Mais uma vez, ainda não era o fim. A banda prosseguiu com as turnês mundiais. Teve boa aceitação na terra do sol nascente, Japão. Muitos dos seus discos foram remixados e relançãdos pelo selo japonês, com alta fidelidade e qualidade de som.
Desde os finais dos anos setenta, em pleno auge das discotecas, a chamada "era disco", a maioria das gravadoras investia no novo gênero dançante, porque era mais comercial e, no entanto, de maior interesse para elas. Na realidade, era mais vendas de discos e retorno financeiro imediato. Relativamente, o gênero rock progressivo entrava em declínio, porque as bandas mais conceituadas também eram pressionadas a se adaptarem. A onda não era arriscar mais aquelas belas suítes sinfônicas, características das antigas fases experimentais do rock-art. As faixas tinha que ser necessariamente mais curtas, mais expressivas em respostas do momento histórico, embora não caísse a qualidade musical e a criatividade do artista. Mas, a maior parte do fãs era exigente e não aceitava a idéia da mudança. Por conseguinte, houve assustadora queda de vendagem de seus discos.
NEVADA - dueto de vida curta
A banda Renaissance também sofreu forte influência com o novo gênero que estava em voga, a "New Wave Music", sendo que a vocalista Annie Haslam teve que se adaptar, embora se sobressaindo muito bem, tanto nas gravações em estúdio como nas apresentações ao vivo. O reflexo negativo foi evidente e a maioria dos curtidores da banda achava que tudo aquilo era realmente o fim. "Mas, ainda não era!", retrucavam sempre Annie e Michael Dunford. Nessa ocasião, eles formaram um dueto, de vida curta, titulado NEVADA, chegando a gravar alguns compactos duplos. O motivo dessa banda de vida curta era divulgar todo o trabalho que o Renaissance havia sendo feito. Nos shows eles apresentavam belas e velhas canções, desde os primórdios do disco PROLOGUE. Os shows eram sucessivos, mas a vendagem dos seus últimos álbuns caiu assustadoramente. Os fãs veteranos não aceitavam a brusca mudança e queriam ver o Renaissance se apresentar de todo jeito.
Em boa hora o vinil AZURE D´OR tenha ficado como o álbum da grande virada do grupo Renaissance, gravado em 1979. Dois anos depois, chegava às lojas o inédito CAMERA CAMERA (1981), trazendo a música "Okichi-San", dentre outras, para lembrar os bons e velhos tempos da banda na sua fase áurea. A mudança no estilo ficava cada vez mais evidente. A banda também mudou de gravadora. Novas tentativas eram sempre frequentes e só com o tempo a solução foi contornada. John Tout e Terry Sullivan já não faziam mais parte do Renaissance, desde 1980. A linha do tempo de mudança já estava com cartas marcadas. Tudo parecia inseguro para as grandes bandas do estilo progressivo. O dançarino, ator e cantor John Travolta embalava os sábados à noite e depois os tempos da brilhantina. A febre dos embalos comandava toda a liderança, através da "disco-music" e "discotecas". Michael Jackson acabava de lançar THRILLER, o marcando o ritmo "break", com músicas dançantes e os mirabolantes rebolados. As gravadoras investiam, sem medo de perder, apostando positivamente naqueles artistas de consumo imediato.
O Epílogo
Através da enorme linha do tempo, apareceria nas lojas o considerado último álbum oficial do grupo Renaissance, TIME LINE. O tripé de sustentação ainda era o mesmo: Haslam/Dunford/Camp. Esporádicas contratações eram sempre feitas integrarem nos grandes shows de lançamento dos respectivos álbuns. Isso acontecia, em paralelo ao dueto NEVADA, que não era considerada uma banda de rock, mas uma tentativa de levar o nome do Renaissance adiante. Isso se deu até a triste separação definitiva, publicada oficialmente, em 1986. Eles tocavam músicas antigas e novas, bem as músicas que o dueto gravaram na sua tenebrosa jornada. A carreira de cada um também se desenvolvia ao longo do tempo.
Ainda usando o nome Renaissance, outros trabalhos foram desenvolvidos, inclusive o projeto Michael Dunford, convidando outra vocalista para participar do THE OTHER WOMAN (1995), OCEAN GYPSY (1997) e TRIP TO THE FAIR (compilação, 1998). A vocalista convidada era Stephannie Adlington, uma jovem americana que também tinha uma excelente voz. Mas, ela quis seguir também carreira solo. Paralelamente aos relançamentos do Renaissance, Annie Haslam também lançavam maravilhosos solos e se impenhou nas composição de suas letras, iniciou também uma nova fase de pintura, com belíssimos quadros. Nascia uma nova Annie Haslam nas Artes Plásticas para concretizar as combinações de sons, cores e vibrações harmônicas. "São pinturas altamente inspiradas e tiradas das suas mais íntimas intuições criativas e experiências espirituais", revela.
Inesperado Show de Despedida
Em 1986, o grupo Renaissance fez sua última apresentação, na Academia de Música na Philadelphia, EUA, que resultou um histórico CD "Unplugged", que só foi lançado 13 anos depois. A publicação do álbum ocorreu em 1999, contendo todas as faixas ao vivo na linda voz de Annie Haslam, recordando os bons e velhos tempos da banda. Houve outros lançamentos inéditos resgatando os melhores momentos do grupo com sua antiga formação. Confira mais em Renaissance III e o Boletim.
Uma das maiores bandas de rock progressivo que acabou de completar os seus 38 anos de existência, então, ela merece todo o respeito do mundo. Possui um volume de obras-primas invejável, chega ser superior a qualquer outra banda do gênero. É, realmente, uma longa viagem histórica pelo rock progressivo. E nessa jornada tão sinuosa da música que o grupo Renaissance vem atravessando por três fases ou divisões distintas: Renaissance I (1969 a 1971), Renaissance II (1972 a 1983) e Renaissance III (1984 até hoje). Tiveram excessivas substituições, mas nunca deixando nada para atrás, a não ser os grandes trabalhos sonoros, que são verdadeiras obras-primas, atribuídas a mais de 35 álbuns, dentre os oficiais e relançados durante o tempo.
A partir dos anos 80, é que os conflitos começaram aparecer. Mas, a banda não tinha ainda se separado completamente. Só foram os dois integrantes do grupo Terence Sullivan e John Tout que partiram para outra. Portanto, Michael Dunford, Annie Haslam e Jon Camp, ao lado de outros convidados experientes, como recomposição, deram prosseguimento, levando o nome do Renaissance, ainda com casas lotadas. Embora o fã queria ver o grupo completo tocando em cena.
Uma grande pausa foi dada, a partir 1987. Um ano antes, foi registrado esse show de despedida da banda Renaissance. Annie Haslam acabaria de lançar o seu segundo álbum solo "Still Life" (1985) e começou as turnês de lançamento. Mas, aquele show de despedida foi realmente acontecido e só foi divulgado tal registro no formato CD "Unplugged", em 1999. Dunford também se empenhou em outros projetos musicais, mas nunca desvinculou do nome "Renaissance" nos seus trabalhos. Durante dez anos de silêncio, a ex-gravadora do grupo relançavam álbuns, com material de estúdio e apresentações ao vivo. E muitas tentativas de volta da banda, com a formação clássica foram feitas.
Desde 1984, só eram feitas algumas turnês, mas não o suficiente para manter a motivação do grupo e, como não se bastasse, a gravadora IRS acabava de rescindir o contrato com Annie e Dunford. Na realidade, o exato motivo era alegado que o estilo de música da banda não combinava ou harmonizava com as propostas da gravadora. A New Wave e o Punk eras os gêneros musicais daquele momento e as empresas do disco queriam crescer seus faturamentos. Conclusão, aqueles grupos progressivos, com músicas de faixas longas, aderidas às suítes sinfônicas tiveram que se adaptarem ao novo estilo, o que estavam predominando naquele oportuno momento.
O Começo do Fim
Desde 1984, considerada a terceira fase do Renaissance, estava explícita um caminho incerto e complexo para a banda. Sem gravadora, as excursões não seriam suficientes para manter a chama acesa do grupo. Nesse período, foram gravadas algumas músicas, mas não foram lançadas comercialmente. A década de 80 foi marcada pela era das grandes discotecas e New Wave, que era o reflexo dos finais dos 70. A músicalidade da banda Renaissance também foi adaptada aos gêneros pop-rock, funk e new wave. Mas, as gravadoras achavam inoportuna tal mudança. Portanto, aquelas epopéias sinfônicas estava totalmente extinta do panorama, transbordado em música de consumo rápido.
Nessa ocasião, John Tout havia abandonado o Renaissance, alegando cansaço e outras particularidades.. O empresário da banda Terry Sullivan também deixou o grupo para trabalhar na Warner Brothers/Sire. Restando simplesmente o efetivo tripé de sustenção: Haslam/Dunford/Camp, mas o futuro era incerto. Camp depois foi se juntar ao grupo CATEDRAL. O pianista raphael Rudd e o baixista/guitarrista Mark Lampariello, unidos a Michael Dunford e Annie Haslam tentaram reformular uma nova versão do Renaissance. Entre 1985 a 1987, os quartros tocaram juntos e apresentadads antigas canções do grupo, incluindo algumas da carreira solo de Annie. Ela tinha acabado de lançar o seu segundo álbum solo, titulado "Still Life". O primeiro solo "Annie In Wonderland" foi em 1977, quando ainda fazia parte do Renaissance.
Concerto de Despedida
O quarteto Renaissance, com apenas dois integrantes da fase clássica da banda, juntamente com Rudd e Lampariello marcaram um concerto de despedida para o dia 6 de junho de 1987, no Club Benéen em Saureville, Nova Jersey, Estados Unidos. Esse concerto especial foi para os amigos e fãs, que muitos acompanharam a história da banda Renaissance desde os primórdios 1972. A vocalista Annie Haslam e seus colegas declaravam ali que a banda estavam se despedindo com muita saudade. Ela declarou, inclusive, que ía continuar sua carreira solo, pelos anos seguintes. Tudo que restou foi as gravações desse show lançadas em 1999, formato CD "Unpplugged Live At The Academy Of Music", gravadora Mooncrest.
Na década de 90, foi a vez dos grandes relançamentos dos álbuns do Renaissance, sendo que a maioria gravações raras de estúdio e, ao vivo. Eram canções que não foram incluídas em álbuns oficiais da banda Renaissance. Nessa época, Annie e Michael Dunford fundaram o selo "The White Dove Organization", gravadora da qual ela lançou a maior parte dos seus solos e alguns do Renaissance. Haslam também se lançou como compositora e, em seguida, como pintora (1999), além do intenso trabalho como vocalista.
Carreiras Solo ou experimentais
A partir de 1995, Michael partiu para alguns projetos solo, sob a luz da banda Renaissance, convidando uma jovem vocalista inglesa Stephanie Adlington. Com esse projeto, titulado Michael Dunford´s Renaissance, foram lançados três álbuns, mas Annie não participa.
Um dos primeiros a abandonar o grupo Renaissance foi Terry Sullivan, que recentemente também lançou um álbum solo "South Of Winter" pela banda RENAISSANT.
Discografia estúdio
RENAISSANCE (Renascimento) - 19691. Kings and Queens, 2. Innocense, 3. Island, 4. Wanderer, 5. Bullet, 6. The Sea (incluída só em CD)
ILLUSION (Ilusão) - 19711. Love Goes On, 2. Golden Thread, 3. Love Is All, 4. Mr Pine, 5. Face Of Yesterday, 6. Part Orbits Of Dust.
PROLOGUE (Prólogo) – 1972
Prologue; Kiev; Sounds of the Sea; Spare Some Love; Bound For Infinity; Rajah Khan.
ASHES ARE BURNING (As Chamas Estão Acesas) - 1973
Can You Understand; Let It Grow; On The Frontier; Carpet of the Sun; At The Harbour; Ashes Are Burning
TURNS OF THE CARDS (Vira as Cartas) – 1974
Running Hard; I Think of You; Things I Don't Understand; Black Flame; Cold Is Being; Mother Russia
SCHEHERAZADE: AND OTHERS STORIES (Scheherazade: E outras histórias) - 1975
Trip To The Fair; The Vultures Fly High; Ocean Gypsy; Song of Scheherazade: Fanfare; The Betrayal; The Sultan; Love Theme; The Young Prince and Princess as told by Scheherazade; Festival Preparations; Fugue for the Sultan; The Festival; Finale.
NOVELLA (Novela) – 1977
Can You Hear Me?; The Sisters; Midas Man; The Captive Heart; Touching Once (Is So Hard To Keep).
A SONG FOR ALL SEASONS (Uma Canção Para Todas as Estações) - 1978
Opening Out; Day of the Dreamer; Closer Than Yesterday; Kindness (At the End); Back Home Once Again; She Is Love; Northern Lights; A Song For All Seasons.
AZURE D’OR (Azul Dourado) – 1979
Jekyll and Hyde; The Winter Tree; Only Angels Have Wings; Golden Key; Forever Changing; Secret Mission; Kalynda (a magical isle); The Discovery; Friends; The Flood at Lyons.
CAMERA CAMERA (Câmera Câmera) – 1981
Camera Camera; Faeries (Living at the Bottom of the Garden); Remember; Bonjour Swansong; Tyrant-tula; Okichi-san; Jigsaw; Running Away From You; Ukraine Ways
TIME LINE (Linha do tempo)– 1983
Flight; Missing Persons; Chagrin Boulevard; Richard the IX; The Entertainer; Electric Avenue; Majik; Distant Horizons; Orient Express; Auto-Tech.
SONGS FROM RENAISSANCE DAYS (As Canções Com Os Dias do Renascimento) – 1997
Compilação de B-sides, demos, e outras gravações feitas entre 1979 e 1988. Todas as canções foram selecionadas por Annie Haslam e Michael Dunford. Africa; Dreamaker; Northern Lights; No Beginning No End; Only When I Laugh; The Body Machine; Writers Wronged; Island of Avalon; America; You.
TUSCANY (Toscana) – 2001
A partir do ano 2000, os remanescentes da formação clássica entram em estúdio para gravar dez inéditas para o CD Tuscany (saudações privincianas onde foi o berço do Renascimento, Itália). Inclusive, há uma homenagem ao Brasil, com a canção "Life In Brazil", condecorada na linda voz de Annie Haslam. Dois anos após, rendeu um duplo ao vivo gravado no Japão. Lady From Tuscany; Pearls of Wisdon; Eva's Pond; Dear Landseer; In The Sunshine; In My Life; The Race; Dolphin's Prayer; Life in Brazil; One Thousand Roses.
Annie Haslam
Annie Haslam é uma das mais versátil vocalista do rock progressivo. Cantora classificada soprano, timbre agudo com alcance de cinco oitavas, Annie é considerada uma das melhores vozes da atualidade, em comparação à diva grega Maria Callas e a peruana Yma Sumac. Com o tempo, foi adquirindo cada vez mais experiências em suas jornadas de trabalho, até que, em 1972, tornou-se vocalista líder na banda Renaissance, ao lado de Michael Dunford e Terry Sullivan, John Tout, Jon Camp e a letrista Betty Thatcher.
Annie veio de uma família de músicos. O pai era comediante amador e a mãe cantora lírica. O irmão Michael Haslam trabalhava e excursionava sempre com Brian Epstein, o empresário do conceituado grupo THE BEATLES na década de sessenta. Nascida em Bolton, Lancashire, Inglaterra, Annie começou a cantar desde cedo, incentivada por amigos e pelo namorado.
Teve aulas de música com uma experiente cantora lírica Sybil Knight. Foi no início da década de setenta, Annie apresentou, pela primeira vez em público, cantando um dos maiores hits dos anos dourados, "Those Were The Days", de Mary Hopkin. Por sorte, foi a sua grande oportunidade de descoberta, porque viria a ser a futura fada madrinha do rock progressivo. Nessa ocasião, foi através de um anúncio de uma revista inglesa especializada em música, Melody Maker, que Annie tomou conhecimento da banda Renaissance.
Carreira solo
Na banda Renaissance, Annie manteve a chama acesa até os últimos momentos, ao lado do mentor Michael Dunford. Mas, em 1977, foi lançado o seu primeiro LP solo com inéditas, titulado Annie In Wonderland, produzido pelo ex-marido Roy Wood. No ano seguinte, chegaria às lojas a obra-prima "Novella", com o grupo Renaissance. O hit de destaque era uma suíte de quase quinze minutos, a conhecida "The Sisters". E assim, a cada ano era um lançamento diferente.
Meados de 1985, foi a vez do segundo álbum solo. Annie estava se definindo para um grande e bem elaborado trabalho em sua carreira. Foi contratada a Orquestra Filarmônica de Londres para participar do seu álbum Still Life. É um trabalho artístico primoroso, porque ele contém somente peças de compositores clássicos, de Tchaikovsky a Brahms.
Em 1989, foi lançado um álbum mais diversificado, numa linha mais pop, titulado Annie Haslam, contendo maravilhosas canções em todas dez faixas. Ela começa fazer suas próprias letras e parcerias. Cria uma organização e começa a produzir discos pelo seu próprio selo White Dove Org, e lança os seus solos e outros relançamentos do Renaissance.
Outros projetos extras
Por causa da bela e comovente voz, Annie haslam sempre é convidada para participar de outros projetos musicais. Ao lado de grandes músicos do rock progressivo, como Steve Howe (do YES), dentre outros. Foi lançado o tardio DVD, contendo músicas de carreira solo e do Renaissance "Live Studio Concert" (2006). Lançou também em EP "Night And Day", com gravações antigas ao lado de Welsh na banda MAGENTA, incluindo a canção de Annie Haslam, musicada pela banda. Magenta é uma banda de rock progressivo, pouco desconhecida, formada em 2001 por Welsh e pelo ex-CYAN BAND, membro Rob Reed. Cyan é um grupo mais recente, formado em 1984, mas que teve influência dos GENESIS, YES, EURYTHMICS, do multiinstrumentista MIKE OLDFIELD dentre outros.
Os principais integrantes do MAGENTA, banda formada em 2001, são Christina Booth (vocais), Rob Reed (teclados), Chris Fry (guitarra elétrica), Martin Rosser (guitarra acústica), Dan Fry (baixos) e Allan Mason-Jones (bateria). É notável que Annie Haslam está sempre bem acompanhada por grandes músicos. O interessante é que, desde que ela fez parte do Renaissance, em 1972, nunca abandonou a banda. Em paralelo a sua carreira solo, o grupo tem lançado os inéditos, "Tuscany" (2002) e "Live in Tokyo" (2003), com a formação clássica. Inclusive, Annie tem sempre manifestado um saudoso retorno da banda Renaissance com os antigos colegas. Leia os principais tópicos no Boletim. Cf.tb. a história da primeira banda de Annie Haslam.
Jane Relf
Jane Relf foi a primeira vocalista da banda Renaissance, em 1969. Foi convidada pelo irmão Keith Relf para ser vocalista do grupo, lançando dois álbuns. No aniversário dos seus sessenta anos, foi feita uma homenagem, celebrando com uma série de novidades, dentre elas um CD duplo com todas suas interpretações durante a carreira. A primeira delas é o anúncio do lançamento oficial da coletânea Jane's Renaissance. Trata-se de um álbum duplo, com praticamente tudo que Jane gravou em sua carreira artística.
Nascida na Inglaterra, a 07 de março de 1947, Jane era irmã mais nova de Keith Relf (falecido em 1976). Desde a separação com a banda Illusion ela nunca parou de cantar, participou também em vários projetos dos colegas Jim McCarty e outros.
Lançamento Comemorativo
O álbum duplo inclui as músicas que ela cantou no Renaissance I (1969-1971), no Illusion, no Stairway (banda de new-age) formada por ela, Jim McCarty e Louis Cennamo na segunda metade dos anos 80, e ainda inclui três raros números solo da cantora, que têm seu lançamento oficial em CD (música que tinha sido lançadas antes, em vinil, em dois raros compactos no formato 45 rotações por minuto).
Estão lá as duas versões de Face of Yesterday (a do segundo álbum do Renaissance e a do primeiro álbum do Illusion), as duas versões de Island (a do primeiro álbum do Renaissance e a do compacto), belas canções como The Sea, Louis' Theme, Beautiful Country, Everywhere You Go, Man of Miracles, e raridades como Without a Song From You, Make Me Time Pass By e Please Be Home. Completa o CD um medley com trechos de outras músicas do Renaissance e do Illusion onde Jane faz vocais (mas não as canta por inteiras). Enfim, uma coleção como Jane nunca teve, e que deverá satisfazer por completo os milhares de fãs.