sexta-feira, 27 de março de 2009

Era Roger Waters 1976-1985



Durante essa era, Waters tomou cada vez mais e mais controle do trabalho do Pink Floyd. Waters demitiu Wright depois que o The Wall foi terminado, argumentando que Wright não estava contribuindo muito, em parte por causa do vicio de cocaína. Waters declarou que Gilmour e Mason apoiaram a decisão para demiti-lo, mas em 2000, Gilmour declarou que ele e Mason foram contra a demissão. Nick Mason disse que Wright foi demitido por causa da Columbia Records que ofereceu a Waters um substancial bônus, para finalizar o álbum a tempo para um lançamento em 1979. E desde que Wright recusou voltar mais cedo de suas férias de verão, Waters queria demití-lo. Wright foi demitido da banda, mas continuou para terminar o álbum e tocar na turnê como um músico pago.
A maioria da música desse período é considerada secundariamente pelas letras, as quais Waters explora os sentimentos sobre a morte de seu pai na Segunda Guerra Mundial, e sua crescente atitude de cinismo, contra figuras políticas como Margaret Thatcher e Mary Whitehouse. A música cresceu mais orientada pela guitarra com teclados e saxofones, ambos os quais se tornaram, uma grande parte da textura do contexto da música, junto com efeitos sonoros obrigatórios. Uma orquestra completa (ainda maior do que a de metais em Atom Heart Mother) faz um papel significante em The Wall e especialmente The Final Cut.
Por volta de Janeiro de 1977, e pelo lançamento do Animals (chegando ao 2º lugar no Reino Unido e 3º nos EUA), a música da banda, veio sob uma crescente crítica da atmosfera do punk rock, dizendo que eles eram muito pretensiosos, e perderam o caminho da simplicidade que era o rock and roll.
Animals, no entanto, considerado mais orientado pela guitarra do que os álbuns anteriores, tanto pela influência do movimento punk rock quanto pelo fato de que o álbum foi gravado pelo novo (e por algum acaso, incompleto) estúdio Britannia Row. O álbum foi o primeiro a não ter uma composição feita por Wright. Animals de novo, contém canções longas, ligadas por um tema, desta vez, tirado em parte do livro Animal Farm (O Triunfo dos Porcos em Portugal e A Revolução dos Bichos no Brasil) de George Orwell, em que usou "Pigs" (Porcos), "Sheeps" (Ovelhas) e "Dogs" (Cachorros) como metáforas dos membros da sociedade contemporânea. Apesar da relevante guitarra, sintetizadores ainda fazem uma importante parte em Animals, mas é carente do trabalho de saxofone e vocais femininos, utilizados nos últimos dois anteriores álbuns. O resultado no geral é um trabalho mais hard-rock, ligados por duas partes de uma peça acústica. Muitos críticos não receberam muito bem o álbum, considerando-o tedioso e vazado; apesar de outros críticos falarem bem dele, praticamente por causa dessas razões. Para a capa do encarte, um porco inflável gigante foi considerado para voar entre as torres da Estação de Energia Battersea (Battersea Power Station). No entando o vento fez com o que fosse dificil de controlar o balão de porco, e no final foi necessário inserir a foto do porco na imagem. O porco foi criado pelo designer industrial e artista Theo Botschuijver. O porco no entanto se tornou um dos mais memoráveis símbolos do Pink Floyd e porcos infláveis são utilizados em concertos do Pink Floyd desde então.
A ópera rock de 1979, The Wall, concebida por Waters, lida com temas como solidão, falha de comunicação, que foram expressos pela metáfora de um muro construído entre um artista de rock e sua audiência. O momento decisivo para o concebimento do The Wall foi durante um concerto em Montreal no Canadá, no qual Roger Waters cuspiu num membro da platéia enquanto este tentava subir para o palco - esse foi o ponto onde Waters sentiu a alienação entre a platéia e a banda. O álbum deu críticas renomadas ao Pink Floyd e seu único single, que alcançou o topo das paradas "Another Brick in the Wall (Part 2)". The Wall também contém faixas que seriam comuns em concertos posteriormente, como "Comfortably Numb" e "Run Like Hell", que são duas das mais conhecidas canções do grupo.
O álbum foi co-produzido por Bob Ezrin, um amigo de Waters que divide com ele os créditos em "The Trial". Ainda mais do que as sessões do Animals, Waters estava certo sobre sua influência artística e liderança sobre a banda, usando a boa situação financeira da banda a seu favor, o que trouxe conflito com os outros integrantes. A música se tornou distintivamente mais hard rock, apesar de grandes orquestrações em algumas faixas lembram um período passado e têm-se algumas composições mais calmas também, como "Goodbye Blue Sky", "Nobody Home", e "Vera". A influência de Wright foi completamente minimizada e ele foi demitido da banda durante as gravações, somente retornando com um salário fixo, para tocar nos concertos. Ironicamente, Wright foi o único membro do Pink Floyd que ganhou algum dinheiro dos shows da turnê do The Wall, os quais passaram por várias cidades - incluindo Dortmund, Londres, Los Angeles, Nova Iorque - durante várias noites, e o resto teve que bancar o custo alto dos mais espetaculares concertos até então. Em 1989, depois do Muro de Berlin cair na Alemanha, Roger Waters concordou em tocar o The Wall Ao vivo, aonde ficava originalmente o Muro de Berlin.
Apesar de nunca ter chegado ao 1º lugar das paradas do Reino Unido (chegou ao 3º), The Wall ficou 15 semanas no topo das paradas dos EUA em 1980. Críticos o receberam bem, e ele foi chegou aos 23 álbuns de platina pela RIAA pelas vendas de 11,5 milhões de cópias do álbum duplo somente nos EUA. O enorme sucesso comercial do The Wall fez do Pink Floyd os únicos artistas desde os Beatles a terem os álbuns mais vendidos de dois anos (1973 e 1980) em menos de uma década.
Um filme com intitulado Pink Floyd: The Wall foi lançado em 1982, incorporando praticamente toda a música do álbum. O filme, escrito por Waters e dirigido por Alan Parker, estrelou o fundador do Boomtown Rats, Bob Geldof, o qual regravou a maioria dos vocais, e ainda apresenta animação pelo notável artista e cartunista britânico, Gerald Scarfe. Leonard Maltin, um crítico de cinema, se refere ao filme como "o maior video de rock do mundo, e certamente o mais depressivo", mas o filme arrecadou mais de quatorze milhões nas bilheterias norte-americanas. Uma canção que apareceu no filme "When the Tigers Broke Free", foi lançada como single. A canção foi lançada depois na coletânea Echoes: The Best of Pink Floyd e no re-relançamento do The Final Cut. Também no filme, há a canção "What Shall We Do Now?", que foi cortada do álbum original devido a duração do vinil. As únicas canções do álbum que não foram usadas, foram "Hey You" e "The Show Must Go On". O álbum The Final Cut de 1983 foi dedicado ao pai de Waters, Eric Fletcher Waters. Ainda mais sombrio em sonoridade que o The Wall, esse álbum re-examinou vários temas anteriormente discutidos, mas se dirigindo à fatos da época, incluindo a raiva de Waters da participação da Inglaterra na Guerra das Malvinas, a culpa que ele colocou nos líderes políticos ("The Fletcher Memorial Home"). E conclui com uma visão cínica de uma possível guerra nuclear ("Two Suns in the Sunset"). Michael Kamen e Andy Bown contribuíram com trabalho de piano, por causa da saída de Richard Wright (que não foi fomalmente anunciada antes do lançamento do álbum).
Apesar de tecnicamente ser um álbum do Pink Floyd, o nome da banda não aparece escrito no encarte do LP, somente atrás aparece: "The Final Cut - Um requiém para o sonho do pós-guerra por Roger Waters, tocado pelo Pink Floyd: Roger Waters, David GIlmour e Nick Mason". Roger Waters recebeu os créditos totais para o álbum, o que se tornou um protótipo do som que ele fará em próximos álbuns em sua carrreira solo. Waters disse que ele ofereceu lançar o álbum como um álbum solo, mas o resto da banda rejeitou a idéia. No entando, no seu livro Inside Out, Nick Mason diz que isso nunca aconteceu. Gilmour declarou que pediu a Waters para segurar o lançamento do álbum, para que então pudesse escrever material suficiente para contribuir, mas esse pedido foi negado. O tom da canção é bastante similar ao do The Wall mas também mais quieto e suave, lembrando canções como "Nobody Home" mais do que "Another Brick in the Wall (Part 2)", por exemplo. Ele também é mais repetitivo, com certos temas que aparecem repetidamente pelo álbum. Teve somente sucesso moderado com os fãs (atingindo 1º lugar no Reino Unido e 6º nos EUA), mas recebeu razoáveis alogios do críticos. O álbum teve um pequeno hit, "Not Now John", a única faixa hard-rock do álbum (e a única em particular em ter Gilmour cantando). As discussões entre Waters e Gilmour nesse ponto eram tão ruins que eles supostamente não eram visto gravando no mesmo estúdio simultaneamente. Gilmour disse que ele queria continuar a fazer rock de boa qualidade, e sentiu que Waters estava construindo sequências de peças de canções, meramente como um veículo para suas letras críticas sociais. Waters diz que seus companheiros de banda nunca entenderam completamente a importância dos comentários sociais que ele fazia. Pelo fim da gravação, o crédito de co-produção de Gilmour foi tirado do encarte do álbum (apesar de ele ter recebido os direitos autoriais). Não houve turnê para esse álbum, apesar de as canções do álbum terem sido apresentadas por Waters em suas futuras turnês solos.
Depois do Final Cut, a Capitol Records lançou a coletânea Works, que fez com que a faixa de Waters de 1970, "Embryo" estivesse disponível pela primeira vez em um álbum do Pink Floyd. Os membros da banda foram para seus caminhos separados e gastaram tempo trabalhando em projetos individuais. Gilmour foi o primeiro a lançar seu álbum solo About Face em Março de 1984. Wright juntou forças com Dave Harris para formar uma banda nova, Zee, a qual lançou o álbum experimental Identity um mês depois do projeto de Gilmour. Em Maio de 1984, Waters lançou The Pros and Cons of Hitch Hiking, um álbum conceitual que já havia sido proposto para a banda. Waters o havia escrito ao mesmo tempo que The Wall, e quando propôs ambos projetos para a banda, decidiu-se por The Wall. Um ano depois dos projetos dos companheiros de banda, Mason lançou o álbum Profiles, em conjunto com Rick Fenn, o qual teve participações de Gilmour e o tecladista Danny Peyronel.

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