terça-feira, 10 de março de 2009

NAUFRÁGIO DO GALEÃO SÃO RAFAEL 1638

Vossa Majestade me mandou do Porto de Terno à Costa da Bahia, com a minha Companhia no Navio São Rafael. Cidade da Bahia, agosto de 1638.” Este é o trecho principal da carta de 1638. Os últimos instantes do navio: O Galeão São Rafael foi atacado em Agosto de 1638 pela frota do General Holandês Dick Von Nassau, primo de Mauricio de Nassau e comandante da esquadra que saqueava a Bahia. Abordado ao largo da atual praia de Ondina, fez uma manobra espetacular. Guinou todo a bombordo e com o vento sul do mês de agosto meteu a proa em direção à praia de Amaralina, última faixa de areia à vista. Mas a tarde escureceu!Perseguido e fustigado partiu largando seus canhões e todas as cargas que poderiam ser lançadas ao mar. Apesar dos imensos rombos, conseguia se manter flutuando. E o seu último rastro foi à fila indiana, de mais de um quilômetro, formada por milhares de telhas. Uma gigantesca pedra submersa selou o seu destino. Quebrado em quatro pedaços o Galeão São Rafael viaja até hoje, quando imensas ondas balançam e carregam o que dele sobrou. Resquícios do naufrágio estão espalhados desde o Rio Vermelho e provavelmente ultrapassa os limites de Amaralina.
Descritivo de peças encontradas: Entre as coisas exóticas, repousa acomodada entre duas pedras uma carga de milhares de búzios fatiados em forma de moeda. O ferro (âncora) principal impressiona pela sua forma. São duas barras oitavadas de seis polegadas e unidas por uma argola. Todas as quatro pás estão encravadas no arrecife. A visualização só é possível com água limpa, pela sutileza do traço remanescente. O outro ferro, em forma de “U” se encontra a cerca de 30 metros de distância, também sem as pás visíveis claramente. Centenas de lastros, geometricamente bem definidos, se estendem por todos os lados, formando diversas trilhas. Oito garatéias (um tipo de âncora) compõem o sítio da proa de bombordo.Por estar em uma profundidade média de 14 metros, o Galeão São Rafael foi saqueado logo após o seu naufrágio e por volta de 1950 por ex-combatentes da segunda guerra mundial. A dispersão dos destroços em todas as direções dificultou a pilhagem. Até hoje é possível encontrar coisas do navio.

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