terça-feira, 22 de junho de 2010

Serra da Caxexa - Casserengue


Visão de satélite da serra.



A Serra da Caxexa localiza-se no município de Casserengue, na mesorregião do Agreste Paraibano e microrregião do Curimataú Oriental, apresentando clima tropical semi-árido (Bsh), com temperaturas que oscilam entre mínima inferior a 20º C e máxima ultrapassando os 34º C, tendo como média anual 26º e chuvas escassas. A serra tem como coordenadas geográficas: latitude 6º 45’51,816”, longitude 35º 53’16,844”, com altitude de 617,51 metros acima do nível do mar.
Segundo os maradores da região, a provável etmologia da palavra Caxexa, significaria junto, pequeno e enrugado, fazendo menção à estrutura morfiológica da serra.
De acordo com Coriolano e Medeiros, em sua obra Dicionário Corográfico da Paraíba, 2a Ed. 1950, o termo Caxexa pode ser conceituado: Parece plebeísmo, derivado de caquético, pois o vulgo lhe dá a significação de murrado, definhado. Também o supõem termo ind.,corr. De Ca-ce-cê: canto magoado – Serra do município de Bananeiras, rica em minerais. Nela existem inscrições rupestres e uma necrópole indígena, apresentando-se curiosa, por seu aspecto, a Pedra do Altar.
Por estar localizada no Curimataú Oriental, a vegetação da serra é um tipo de caatinga arbustiva, com predominância de espécies como: xique-xique, macambira, marmeleiro, urtigas, jurema-preta, mandacaru, coroas-de-frade e a espécie invasora algaroba em menor número.
A região é constituída por rochas resistentes e muito antigas, que formam o complexo cristalino da era geológica Pré-Cambriana. De acordo com a geologia e os tipos de rochas que constituem os terrenos de uma região, ocorrem diferentes tipos de minerais: tanto metálicos como não-metálicos e também gemas em maior ou menor quantidade.
A Serra da Caxexa integra-se ao vale do rio Curimataú pertencente à Depressão do Curimataú, que entelha vigorosamente a porção nordeste do Maciço da Borborema. A Depressão do Curimataú corresponde a uma fossa tectônica resultante de um falhamento, apresentando um soerguimento com altitude média de 300 metros, com desníveis de até 300 metros entre a baixada e os topos mais elevados das serras vizinhas.
A drenagem é temporária, provocando o festonamento (erosão) das bordas. Ali se encontram vários tipos de minerais e rochas: micaxisto, quartzo, rocha sedimentar (granulométrica arenosa), argilito e pegmatito (quartzo, mica, biotita e feldespato), dentre outros.
A serra apresenta em algumas de suas rochas inscritos rupestres com tonalidades avermelhadas. Tal rocha é conhecida por moradores da região como “Pedra do Letreiro”. Em outra localidade próximo a serra, na “Pedra do Caboclo”, verificaram-se diversas pinturas rupestres na rocha, também de coloração avermelhada e de difícil remoção. Segundo estudos já realizados em outros sítios arqueológicos, essa cor foi possível com a utilização de óxido de ferro.
Também próximo a serra no sítio Cabeçudo, a 15 Km da sede municipal, na propriedade do senhor Antonio Feitosa de Amorim da Silva, existe o sítio paleontológico “Lagoa das Pedras”. Este sítio tem importância grandiosa, tendo em vista que ele nos revela vestígios na megafauna pleistocênica.
O sítio consiste em um tanque escavado no bloco granítico, sendo este natural.Os moradores da região no período entre 1955-57 o escavou, limpando-o para o consumo em épocas de seca, sendo encontrados, nesse período, os primeiros fósseis.
O tanque apresenta as seguintes características: 22 metros de comprimento, 8 metros de largura na parte mais larga, 4,5 metros de largura na parte mais estreita. O tanque apresenta formas mais arredondadas no centro, com as paredes abauladas, seguindo para um pequeno estreitamento em uma das extremidades.

Fonte: Contribuição Para os Estudos da Pré-História Paraibana: Descrição Sumária de Sítios Arqueológico e Paleontológico da Serra da Caxexa. Juvandi de Souza Santos e Leize Regina Ribeiro de Araújo Medeiros, Campina Grande, 2005.
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