terça-feira, 22 de junho de 2010

Serra do Cuité - Picuí a Cuité

Imagem de satélite da serra em toda sua extensão

Letreiro com o nome Cuité nas serra, construído nos anos oitenta.
Olho D'Água da Bica

Ladeira do Olho D'Água da Bica


Resquícios de calçamento rústico da descida da serra do século XIX.

A Serra do Cuité é uma grande serra que se estende no sentido Oeste-Leste se estendendo do município de Cuité com divisa com o estado do Rio Grande do Norte, seguindo pelos municípios de Nova Floresta e Picuí. Suas coordenadas (cidade de Cuité) são de : 06°28′54″S e 36°08′58″WNo topo da Serra que se caracteriza por ser plana no topo em praticamente toda sua extensão sua parte mais elevada chega a 667 metros acima do nível do mar, localiza-se as cidades de Cuité e Nova Floresta na Paraíba, e Jaçanã, no Rio Grande do Norte.
De acordo co o Padre Luiz Santiago na sua obra, Serra do Cuité de 1936, ele descreve a serra da seguinte maneiras: “A Serra do Cuité é um ramal da cordilheira da Borborema, medindo de nascente a poente, 8 léguas e uma media de 3 de norte a sul, no chapadão da Serra.
A palavra Cuité é indígena, significando cuia, vasilha, gamela, cocho, vaso. Compõe-se de 2 elementos: cui e eté. Cui é vasilha e eté grande, real e também ilustre.
A sua descoberta remonta a mais longínqua data. Os seus índios eram o “Cuité”, da tribo dos “Paiacus”, do grupo dos “Cariris” ou “Kiriris no Norte”. Os Paiacus habitavam as serras do Cuité, Calabouço e São Bento. Foram aldeiados pelo Padre João de Barros em 1696...
A Serra está numa altitude aproximadamente de 750 metros acima do nível do mar. Seu clima é ótimo, não só por estar numa altitude tão elevada como pela natureza dos sais que formam o componente do colosso serrano. O chapadão da Serra divide-se em duas porções, pertencendo à Paraíba e ao Rio Grande do Norte. Esta chapada hoje é um grande teatro de agricultura de todo o gênero. Há lindos cafezais, pomares, muita banana, canaviais, campos de agave, de mamona, e é o cultivo da mandioca que leva vantagem sobre as outras culturas que poderia ser melhor aproveitada. Poder-se-ia aproveitar o polvilho, a maniva triturada, a croeira, oferecendo ótima forragem para os estábulos, que tanto importa, quando para os serranos é todo aquele material desperdiçado; aproveitar a manipueira para a fabricação do álcool. Nos longos vales e faldas da Serra há ricas fazendas da indústria pastoril, onde se intensifica o plantio algodoeiro. Não obstante a mão trabalhadora do homem moderno, estimulado pelo bom êxito dos esforços no seu cultivo agrícola, transformando de dia para dia as florestas em sua gleba, observa-se ainda lindas matas seculares nos arredores de Cuité. Ali, bem nos parece mais uma lenda quando é um fato, há copia de caça; nas ribas dos penedos embrenhadas, o pinque tatu e o veado arisco, pelas boscagens afora. No cimo de Serra a exuberância dos vegetais seculares que outrora se erguiam conforme nos atestam os imensos troncos subtérreos de cedros”.

Todavia, o Padre pesquisador se enganou a sua altitude, não de 750 metros, e sim média de 667 metros acima do nível do mar.
Mas como ele descreveu acima, outrora a serra era coberta por extensa vegetação de caatinga arbórea fechada, com espécies da caatinga, como jurema-preta, canafístula, marmeleiro, xique-xique, entre outras, com espécies da mata do Brejo como jatobá, cedro, entre outras plantas e árvores.
O clima é semi-árido (Bsh) pertencente a microrregião do Curimataú Ocidental (Cuité e Nova Floresta), e Seridó Oriental (Picuí). Por sua latitude, quase sempre apresenta uma temperatura, oscilante entre 17° C e 30° C. A precipitação pluviométrica anual é de 916, 30 mm e a média mensal é de 76, 35 mm.
No passado a serra foi cercada para isolar a criação de gado bovino e a agricultura no século XIX como atesta a obra Serra do Cuité (1936): “A serra fora cercada aos poucos, fechando o círculo em 1891. Pela Paraíba fora cercada a deliberação da Câmara Municipal, cujo Presidente era o Sr. Antonio Ferreira de Melo Ramos, que o fez a instancias do Sr. Tomaz Soares da Costa Campos, o qual enfrentou toda a direção de serviço. Pelo lado do Rio Grande do Norte fora cercada a intervenção do Coronel Silvino de Araújo Bezerra”.
Ainda hoje existem resquícios deste calçamento na descida de serra, sentido Olho d'Água da Bica.
O manancial do Olho D’Água da Bica é um grande poço que fica no sopé na serra na parte sul, que jorra água incessantemente, é cercado por grandes rochas negras com altura aproximada de 140 metros, que o torna mais atraente e misterioso. O local é rico em vegetação, e foi alí onde os primeiros exploradores depararam com a serra. Ainda hoje é possível apreciar pedras com inscrições dos índios. É lá até o ano de 2007, era realizada a encenação da Paixão de Cristo, pelo grupo de Teatro Amador de Cuité – TEAC.

Fontes: , Pe. Luiz. Serra do Cuité: sua história, seus progressos, suas possibilidades. A Imprensa: João Pessoa, 1936.

Serra da Caxexa - Casserengue


Visão de satélite da serra.



A Serra da Caxexa localiza-se no município de Casserengue, na mesorregião do Agreste Paraibano e microrregião do Curimataú Oriental, apresentando clima tropical semi-árido (Bsh), com temperaturas que oscilam entre mínima inferior a 20º C e máxima ultrapassando os 34º C, tendo como média anual 26º e chuvas escassas. A serra tem como coordenadas geográficas: latitude 6º 45’51,816”, longitude 35º 53’16,844”, com altitude de 617,51 metros acima do nível do mar.
Segundo os maradores da região, a provável etmologia da palavra Caxexa, significaria junto, pequeno e enrugado, fazendo menção à estrutura morfiológica da serra.
De acordo com Coriolano e Medeiros, em sua obra Dicionário Corográfico da Paraíba, 2a Ed. 1950, o termo Caxexa pode ser conceituado: Parece plebeísmo, derivado de caquético, pois o vulgo lhe dá a significação de murrado, definhado. Também o supõem termo ind.,corr. De Ca-ce-cê: canto magoado – Serra do município de Bananeiras, rica em minerais. Nela existem inscrições rupestres e uma necrópole indígena, apresentando-se curiosa, por seu aspecto, a Pedra do Altar.
Por estar localizada no Curimataú Oriental, a vegetação da serra é um tipo de caatinga arbustiva, com predominância de espécies como: xique-xique, macambira, marmeleiro, urtigas, jurema-preta, mandacaru, coroas-de-frade e a espécie invasora algaroba em menor número.
A região é constituída por rochas resistentes e muito antigas, que formam o complexo cristalino da era geológica Pré-Cambriana. De acordo com a geologia e os tipos de rochas que constituem os terrenos de uma região, ocorrem diferentes tipos de minerais: tanto metálicos como não-metálicos e também gemas em maior ou menor quantidade.
A Serra da Caxexa integra-se ao vale do rio Curimataú pertencente à Depressão do Curimataú, que entelha vigorosamente a porção nordeste do Maciço da Borborema. A Depressão do Curimataú corresponde a uma fossa tectônica resultante de um falhamento, apresentando um soerguimento com altitude média de 300 metros, com desníveis de até 300 metros entre a baixada e os topos mais elevados das serras vizinhas.
A drenagem é temporária, provocando o festonamento (erosão) das bordas. Ali se encontram vários tipos de minerais e rochas: micaxisto, quartzo, rocha sedimentar (granulométrica arenosa), argilito e pegmatito (quartzo, mica, biotita e feldespato), dentre outros.
A serra apresenta em algumas de suas rochas inscritos rupestres com tonalidades avermelhadas. Tal rocha é conhecida por moradores da região como “Pedra do Letreiro”. Em outra localidade próximo a serra, na “Pedra do Caboclo”, verificaram-se diversas pinturas rupestres na rocha, também de coloração avermelhada e de difícil remoção. Segundo estudos já realizados em outros sítios arqueológicos, essa cor foi possível com a utilização de óxido de ferro.
Também próximo a serra no sítio Cabeçudo, a 15 Km da sede municipal, na propriedade do senhor Antonio Feitosa de Amorim da Silva, existe o sítio paleontológico “Lagoa das Pedras”. Este sítio tem importância grandiosa, tendo em vista que ele nos revela vestígios na megafauna pleistocênica.
O sítio consiste em um tanque escavado no bloco granítico, sendo este natural.Os moradores da região no período entre 1955-57 o escavou, limpando-o para o consumo em épocas de seca, sendo encontrados, nesse período, os primeiros fósseis.
O tanque apresenta as seguintes características: 22 metros de comprimento, 8 metros de largura na parte mais larga, 4,5 metros de largura na parte mais estreita. O tanque apresenta formas mais arredondadas no centro, com as paredes abauladas, seguindo para um pequeno estreitamento em uma das extremidades.

Fonte: Contribuição Para os Estudos da Pré-História Paraibana: Descrição Sumária de Sítios Arqueológico e Paleontológico da Serra da Caxexa. Juvandi de Souza Santos e Leize Regina Ribeiro de Araújo Medeiros, Campina Grande, 2005.
º

sábado, 19 de junho de 2010

Serra das Flechas - Pedra Lavrada

Mulher de origem indígena encontrada na Serra das Flechas

Este região fica distante cerca de 5 quilômetros da sede de Pedra lavrada. Nas localidades conhecidas como a Serra das Flechas, pode se vislumbrar a existência de uma área significativa de mata nativa da região que está quase que completamente preservada.
O acesso ao local é feito por estrada de terra batida até o pé da serra. O resto do caminho para chegar até o cume é feito através de caminhada que exige um bom preparo físico e espírito aventureiro.A Serra das Flechas se destaca ainda pela quantidade de paredões para a prática do rapel. Alguns desses paredões chegam a medir 80 metros de altura. O local ainda é um rico sitio arqueológico onde se pode encontrar dezenas de inscrições rupestres.
O lugar também é perfeito para montar acampamentos. O pôr do sol, o amanhecer e a visão do horizonte são espetáculos de rara beleza somente descritos por quem tem a oportunidade de visitar este local que parece viver em eterna sintonia com a natureza.
A Serra das Flechas também carrega muitos mistérios e lendas. Algumas ainda não explicadas pelo homem. No ano de 1974 foi descoberta a existência de uma comunidade indígena que residia na Serra das Flechas.A realização de uma busca a tribo perdida resultou na captura de uma mulher indígena que vivia em condições primitivas. Ela falava um dialeto desconhecido. Nenhum dos seus parentes jamais foi encontrado.

Serra do Pedro - Picuí

Aspecto da Serra do Pedro
Mapa de localização da Serra do Pedro (ao centro)



Vista de Picuí sobre a Serra.


Dia chuvoso na Serra do Pedro
No alto da Serra



Cume da Serra.

Outro aspecto da Serra do Pedro.


A Serra do Pedro é uma das serras ou montanhas mais belas do município de Picuí, localizado no Seridó Paraibano Oiental, ela está localizada no Sitio Barra do Pedro, bem proximo ao Vale encantado, no seu cume pode avistar com totalidade a cidade de Picuí e grande parte territorial do município, como também alguns açudes e também outras serras aos redores da mesma. A serra tem na sua parte mais alta 679 metros acima do nível do mar.
Também encontramos no topo da Serra pedras vulcânicas e uma terra vermelha que nos velhos tempos indios pegavam para fazer suas pinturas, a Serra do Pedro também é avistada de qualquer ponto da cidade de Picuí, era também local onde o Comendador e fundador da CNEC, Drº Felipe Tiago Gomes, passou a sua infância, brincando, pegando gravetos e também recolhendos os seus animais (cabras) que subiam na mesma para comer. É um local para prática do ecoturismo, onde grupos de caminhada visitam frequentemente suas terras.




sexta-feira, 18 de junho de 2010

Serra da Araruna - Araruna


A serra no seu alto.
Pedra do Letreiro



A Pedra da Caveira

Pedra da Pinguruta



A famosa Pedra da Boca.

Mais um aspecto da Pedra da Caveira.

A Serra da Araruna localizada no município de Araruna, na microrregião do Curimataú Oriental, representa o ínicio do Planalto da Borborema na encosta Oriental, pois está localizada na região denominada "Frente do Planalto", com altitude de 590 metros contrapondo-se aos baixos niveis da Depressão Sublitorânea com atitude de 200 metros. O conjunto de Serras de Araruna, cacterizam um 'hort' evidenciado pelo contraste com o 'graben' do Curimataú.
O capeamento sedimentar que recobre todo o território representado pela Serra de Araruna, está associado com a série Serra dos Martins, com relevo ondulado predominado a presença de numerosas saliências com grandes elevações cobertas por solos rasos e pedregosos com frequência de seixos, calhaus, matacões ou blocos. O clima quente e seco causa oscilações térmicas constantes durante o ano e favorece o desenvolvimento de uma vegetação de caatinga hipoxerófila.
A sede da cidade de Araruna, fica no topo da serra de mesmo nome, e tem como vizinha a Serra da Confusão no mesmo município, entre essas serras encontra-se encrustado um conjunto rochoso de composição granítica porfirítica, com vestígios de gnaisses e quartzitos, que possuem faces arredondadas e extensas caneluras que vão do cume ao chão. é onde se localiza o Parque Estadual da Pedra da Boca, reserva ambiental e ecológica que possui um dos mais importantes patrimônios geológicos da Paraíba e do Brasil.
As terras da Serra da Araruna pertenciam ao senhor Estevão José da Rocha, o famoso "Barão de Araruna".

Parque Estadual da Pedra da Boca

O Parque Estadual da Pedra da Boca, criado pelo Decreto Governamental nº 20.889 de 7 de fevereiro de 2000, está localizado na porção norte do município na divisa com o Rio Grande do Norte. Sua área (157,5 km²) está inserida no bioma da caatinga, onde as configurações geológicas e geomorfológicas são ímpares e atrativas aos estudiosos, ecoturistas e visitantes amantes da natureza e dos esportes radicais.
O parque encontra-se localizado na divisa da Paraíba com o Rio Grande do Norte, através do rio Calabouço, na zona rural de Araruna. se destaca majestosa entre outras formações rochosas que embelezam o Parque Estadual da Pedra da Boca, uma área de conservação ambiental de aproximadamente 157 hectares. O parque possui um conjunto rochoso de composição granítica porfirítica, com vestígios de gnaisses e quartzitos, que possuem faces arredondadas e extensas caneluras que vão do cume ao chão. Encontra-se encrustado nos contrafortes da Serra da Araruna e da Serra da Confusão.
A denominação "Pedra da Boca" advém da existência de uma formação rochosa de aproximadamente 336 metros de altura, a qual apresenta uma cavidade provocada pela erosão, cuja configuração lembra um sapo gigante prestes a abocanhar algo, A Pedra da Boca apresenta uma grande cavidade, a 60 metros do seu cume, que se assemelha a uma grande boca aberta, como foi dito anteriormente. Suas formações são propícias para a prática do rapel e outros esportes e aventura.
Possui uma vegetação característica de floresta estacional semidecidual, em meio a caatinga, possui em algumas partes elevadas, matas densas e úmidas, característica de caatinga arbóreo fechada serrana.
O Parque possui um rico patrimônio natural, composto de cavernas e de diferentes formações rochosas destacando-se entre elas, além da Pedra da Boca, a Pedra da Caveira, a Pedra do e a Pedra do Letreiro. A Pedra do Letreiro apresenta uma enorme gruta contendo gravuras de arte rupestre relativamente íntegras. Dentro da gruta existe uma capelinha onde são acesas velas que estão cobrindo as pinturas de fuligem. O sítio é de alta relevância histórica.

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_da_Araruna

Serra do Pico de Malta - Malta



A Serra do Pico de Malta é uma elevação montanhosa localizada no centro do município de Malta , à cerca de 2 quilômetros ao norte da sede municipal. Do seu topo pode ser observada uma das mais belas vistas do município, pois observam-se desde as cidades mais próximas até a elevação da Borborema, localizada a mais de 50 quilômetros de distância.
A Serra do Pico, como é mais conhecida, tem o formato singular. Para uns ela lembra uma pessoa, para outros um animal. Sua altitude é de quase 550 metros acima do nível do mar.No sopé encontram-se as Pedras de Cajarana, que são duas grandes rochas que serviram de habitação para cangaceiros no passado e que até hoje instiga a imaginação de alguns sobre uma possível descoberta de objetos valiosos no local.
Assim como as demais serras da região, a Serra do Pico sofre muito com o desmatamento e a caça indiscriminada. Grande parte da fauna e flora reduziu-se e ficou até difícil de encontrá-los na região.

Serra do Bodopitá - Caturité até Itatuba

Serra Velha entre Ingá e Itatuba.

Enorme lajedo na Serra Velha em Ingá.

Açude José Rodrigues em Galante visto do alto da Serra do Bodopitá em Fagundes.

Matacão sobre a Serra em Fagundes.

A famosa Pedra de Santo Antonio

No alto da Serra do Bodopitá em Fagundes.

Matacões no alto da Serra em Fagundes.

A Pedra de Santo Antonio ao fundo na subida da Serra do Bodopitá

A Serra de Santo Antonio (nomeclatura recebida em Fagundes).


Serra Velha (nomeclatura que recebe entre Ingá e Itatuba).

Conhece como Serra do Bodopitá a cordilheira que nasce, seguindo o sentido oeste-leste, na margem esquerda do riacho Bodocongó, limite entre os municípios de Caturité e queimadas, e se estende até a localidade de Serra Velha, que serve de limite territorial entre Itatuba e Ingá. A cadeia de serras alonga-se, continuamente, por aproximadamente 45 km, cuja única falha geológica se apresenta em forma de boqueirão na cidade de Queimadas, oportunidade esta por onde a BR 104 foi aberta.
A Serra encontra-se compreendida no quadrante de coordenadas; 7º 15’ de latitude sul e 35º 45’ de longitude oeste.
Em toda sua extensão, de oeste a leste, a referida serra recebe nomenclaturas locais diferenciadas, que são: Serra de Bodopitá, do Gravatá, do Bico, do Castanho, do Zumbi, de Laranjeiras, de Santo Antonio, da Catuama e, por fim, Serra Velha (entre Ingá e Itatuba). Ergue-se a uns 400/600 metros acima do nível do mar e trata-se de um “stock” granítico aflorado e desnudo por erosão diferencial, provavelmente de origem pré-cambriana.
Nesta unidade geomorfológica, onde aflora a Serra do Bodopitá, a rede hidrográfica é caracterizada por rios temporários, geralmente de regime torrencial na época das chuvas.
Com exceção de sua parte que corresponde aos quatro quilômetros de seu extremo leste, denominada de Serra Velha, todo o restante da cordilheira está sobre o Planalto da Borborema. Nesta localidade, nas fraldas orientais do Planalto da Borborema, onde se encontra os municípios de Itatuba, ao sul, e Ingá, ao norte, a ordem de superfície está em torno de 200 metros acima do nível do mar e a serra apresenta-se aparentemente mais alta. No entanto, sua altitude permanece com a mesma variante verificada em sua faixa soerguida no platô da Borborema, onde a ordem de superfície é de aproximadamente 400m.
Na Serra, a vegetação, apresenta-se do tipo subcaducifólia, com espécies xerófilas de caatinga. Contudo, devido à altitude, verificam-se algumas espécies características da mata úmida do Brejo e plantas domésticas, sejam exóticas ou nativas, nas regiões da Serra onde existem povoamentos.
A fauna ainda existente nesta cordilheira limita-se a pequenos animais, entre pássaros, preás, mocós (especialmente nas áreas de lajedos), lagartos, serpentes e sagüis, cuja extinção está em marcha acelerada devido ao desmatamento e a caça predatória. Em algumas porções da Serra, verifica-se atividade criatória extensiva de caprinos e bovinos.
O clima da região por onde se estende a Serra é do tipo tropical quente-úmido ao leste se tornando semi-árido ao oeste, quando se aproxima do Cariri, com índice pluviométrico em torno de 500mm/ano, a temperatura média gira em torno de 26o C.
Os matacões são freqüentes na extensão da Serra e,devido a condição desnuda do solo, são susceptíveis a rolarem por causa da acelerada erosão na base e apoio destes magníficos monumentos da geologia. O fato de boa parte da Serra apresentar núcleos urbanos em sua base, estes matacões, cujo ponto de equilíbrio apresenta-se em franca erosão. Todavia, são também estes bizarros matacões que dão à Serra um aspecto pitoresco e peculiar.

Paisagística

Formando um paredão natural de divisa para os municípios de Campina Grande, queimadas, Fagundes, Itatuba e Ingá, a Serra do Bodopitá oferece uma bela paisagística, principalmente pelos seus inúmeros blocos de rocha compactos, de feições esféricas, equilibradas em pequenos pontos de sustentação, formados pelos efeitos térmicos acompanhados dos fenômenos de hidratação, denominação pela geologia de bouders ou matacões.
Além da existência de dezenas de matacões de tamanhos e formas variadas, a Serra apresenta, em seu cume e vertentes, incontáveis cavidades naturais e locas formadas pela sobreposição de blocos, algumas destas localidades apresentam vestígios da passagem de homens pré-históricos.
Ao reter as chuvas por causa e sua altitude, a Serra provoca importantes efeitos morfoclimáticos no interior da bacia do Paraíba. Por causa dessa retenção, a Serra apresenta-se úmida em suas partes mais altas, como um brejo, proporcionando nascentes a inúmeros pequenos riachos. Estas características, juntamente com a fertilidade relativa do solo, parecem ter sido a razão da antiga denominação “Brejo de Fagundes” para sua porção compreendida entre as localidades de Laranjeiras e Serra Velha.
Dentre os matacões presentes na serra o que mais se destaca sem dúvidas é a famosa Pedra de Santo Antônio. Trata-se de um ciclóptico matacão granítico, chegando a medir 15 metros de altura por 8 de largura, cuja sua magnitude apresenta total destaque na paisagística da Serra, em toda sua extensão. Visto a quilômetros de distancia, inclusiva da cidade de Campina Grande, pode-se avistar o majestoso bloco granítico. Fica a uma altitude de 672 metros acima do nível do mar. De importância cultural, religiosa e econômica para a comunidade fagundense, pois se trata e um local de peregrinação cristã desde fins do século XIX em virtude de uma lenda relacionada a uma imagem de Santo Antonio, o qual se encontrou uma imagem de Santo Antônio na rocha.

Ecoturismo na Serra Velha

Quem acha que os atrativos do Ingá se resumem à beleza e aos mistérios da pedra, ainda não conhece a Serra Velha. Venha se aventurar nas trilhas que conduzem ao passado e desfrute de uma paisagem única,do alto de seus 655 metros a vista é um deleite para os olhos. Conheça suas lendas, seu povo e percorra o caminho das pedras.

Serra Velha: Acervo histórico e arqueológico

A Serra de Bodopitá possui 45km de extensão e está entre os municípios de Queimadas e Itatuba. No trecho compreendido entre os municípios de Ingá e Itatuba, ela recebe a denominação de Serra Velha, lugar que vem há muito tempo nos chamando a atenção, devido a suas exuberantes formações rochosas e por seu abundante acervo histórico e arqueológico.
Essa cadeia de Montanhas do planalto da Borborema foi palco de vários acontecimentos da Pré-História e da História de nossa região. Os documentos que comprovam esse fato não se encontram em museus ou bibliotecas, mas estão lá, gravados nas rochas e na memória de seus habitantes. Pessoas simples, humildes e trabalhadoras, que quando perguntadas a respeito de tais testemunhos não fazem a menor cerimônia em exibir ou até mesmo contar histórias e lendas, vividas ou repassadas por seus ancestrais.
Suas furnas serviram de abrigo para os índios, como também refúgio para cangaceiros como o famoso Antônio Silvino, que segundo moradores, esteve por lá. É muito comum ouvir histórias fantasiosas sobre luzes misteriosas, pedras encantadas que se abrem e até mesmo espíritos que vem para oferecer as “lendárias” botijas. Em 1996 uma equipe do Centro Paraibano de Ufologia CPB-UFO juntamente com uma equipe do exército, esteve na Pedra da Janela em busca de pistas sobre luzes que segundo a Sra. Marina da Silva, (moradora da Serra), apareciam todas as noites. Nesta mesma investida os pesquisadores constataram que o lugar possui grande quantidade de minério de ferro.
No ano seguinte iniciei minhas buscas por vestígios arqueológicos juntamente com meu primo Lúcio Farias, e recebemos a informação de um morador local que dizia respeito a uma suposta furna, cheia de ossos de “índios brabos”. Prontamente fomos averiguar a veracidade das informações, mas na ocasião não encontramos os supostos ossos, mas sim uma moeda muito antiga nos escuros e profundos corredores da furna, que fora descoberta por um caçador, quando sua presa caíra num buraco. Na mesma ocasião, fomos informados sobre um morador que havia encontrado em seu roçado um “pote de barro cheio de ossos dentro”. Encontramos o humilde Sr. José Felismino, que nos contou tudo sobre o fato. Segundo ele, enquanto usava o cultivador, viu aflorar um pote de barro, que foi em parte quebrado pelo impacto com o arado. Ele desenterrou o restante e observou que dentro do pote haviam “ossos de gente”. Ele guardou o achado numa casa de farinha, mais tarde o quebrou e jogou fora. Esse fato foi muito lamentado por nós. Na oportunidade, tentamos convencer o agricultor a lembrar-se onde porventura ele haveria jogado os restos da suposta urna funerária, porém sem sucesso.
Infelizmente fatos como esse são comuns dada a falta de informação da maioria da população, que cada vez mais comprometem irreparavelmente os estudos da Pré-História regional.
Fontes: A Serra de Bodopitá: pesquisas arqueológicas na Paraíba. Vanderlei de Brito. (2006).

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pico do Yayu e Serra do Yayu - Santa Luzia

Pico do Yayu

Serra do Yayu

Serra do Yayu

O Pico do Yayu, ou Pedra do Yayu, localiza-se a 10 km da cidade de Santa Luzia, com uma altitude de 606 m. O pico é exce­lente para a prática de escalada e rapel, com uma belíssima paisagem para contemplação. O por do sol no alto do Yayú apre­senta beleza única.
Já a Serra do Yayu, fica distante 14 quilômetros de Santa Luzia, apresenta diferentes formas até ser alcançada, dependendo do ângulo em que é observada. Em determinado momento, lembra o Pão de Açúcar, do Rio de Janeiro. Localizada a 300 metros de altitude do nível do mar, é um convite natural à escalada. Uma boa dica é iniciar a subida por volta das 15 horas para chegar a tempo de ver o pôr-do-sol lá do alto. A experiência é inesquecível. Quem não se incomodar de descer à noite, pode demorar um pouco mais no pico da serra e, com um pouco de sorte, ter a lua à disposição em um cenário magnífico. Depois, é só fazer rapel. Para as pessoas que não querem se submeter a riscos desnecessários, o apoio de equipes experientes na prática deste tipo de esporte é imprescindível. Qualquer vacilo, será fatal. O uso de protetor solar, além de roupas e calçados adequados para andar no solo seco e, em alguns trechos, pedregoso e espinhoso, também é obrigatório para evitar arranhões.
O nome da Serra do Yayu tem origem em uma história que atravessa gerações em Santa Luzia. Contam os mais velhos que uma índia perseguida por um morador local, Teodósio Oliveira Ledo, procurou refúgio na serra. Encontrada, ela foi açoitada até a morte. Antes de morrer, teria gritado a expressão Yayu, que possui significados divergentes entre os historiadores. Alguns traduzem a expressão como "Ali, Deus" e outros como "Morro Espinhoso".